BALADA DO APRENDIZ

Henking

Quisera eu, emissário, explicar

Quão imensa é a poesia

Transcorrer-me-ia ao tentar

Tempo humano nunca haveria

Afinal, a carne, que é

Frente a tal hercúlea energia?

Gota soluta na maré;

Uma efêmera afrodisia.

 

Porém desejo protestar

Ante à língua provocante

Empenhada a manifestar,

- Por vocábulo inebriante -

O que há de perpétuo na musa

Em polissílaba reclusa

Ao haurido verso inerrante:

Não faz, doce palavra, jus

 

À sua significação,

Embora ante vós me transpus

A fim de, ressonante, então

Vir a ser com vossa substância

A compreensão de tamanha

Reivindicação de vacância

Pelas letras que vos são entranha.

Nascem sonetos e baladas

 

Obrigados a alas abrir

Às vossas vozes alastradas

Pois tua é a foz a unir

Poesia às malfadadas

Sinas deste inverso existir.

  • Autor: Henking (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de fevereiro de 2021 11:15
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 10


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