Jano

Deise Zandoná Flores

 

Inflama a tua mente e então te derramas
feito uma torrente, brincando de noite
no sol nascente e de aurora casta no poente.

Tua glória são os teus passos;
e os teus cardos, tua história.
És tão madrugada nos teus cabelos
que já nem sabes se o dia de tua vida
finda ou inicia. Brincas de Jano

e o compreendes: olhar para o início
é ver a chegada; chegar ao fim da estrada
é ser novo início.

Viste, no abismo, o ventre de tua mãe
e, na escuridão tenebrosa, a tua semente
a germinar. És o teu próprio breu.

Mergulha no teu deserto e torna-te homem.
O destino do coletivo é erodir o teu nome.
Tua estrada é curta, mas é percurso teu.

  • Autor: Deise Zandoná Flores (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de janeiro de 2021 16:51
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrito em 06-01-2021.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 29


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