Desguarnecido

manuel neves

 

 

 

Encontro- me sentado há horas

no mesmo espaço, o sofá na mesma posição.

Uma vazio lá fora, o mundo pela janela e o relógio virado para a imensidão, belo e infinitamente vago, trago em mim uma composição do azul e amarelo na lembrança de uma multidão que dança esperançosamente o grito dos arruinados.

Os meus pensamentos estagnados, vagarosamente prosperam uma nova película de uma obra cinematográfica!

O vento de Este bafeja o timbre harmonioso, da sirene da fábrica.

A chuva que se avizinha, traz consigo um contratempo cauteloso, apesar de que o solo almeja a tranquilidade.

O meu peito enche- se de oxigénio e despeja felicidade, embora saiba que a estrada é profunda, alcanço um tanto de luminosidade ao fundo de algum lugar.

Assim, a diferença das frequências, resultam em tons de intervalos diferentes que permitem que a música continue viva em cada renúncia.

  • Autor: manuel neves (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de janeiro de 2021 23:01
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 11
Comentários +

Comentários1

  • Shmuel

    Amei, adoro escritos poeticos com um toque suave de sentimentos abstratos; tal como este um que destaco abaixo:
    ..."relógio virado para a imensidão, belo e infinitamente vago"...
    Só uma ressalva, não é uma crítica? No final fiquei um pouquinho confuso com trecho.

    ..."continue viva em que cada renúncia"....

    • manuel neves

      Olá! Obrigado pelo comentário! Foi um erro de edição. O certo é... "continue viva em cada renúncia"

      Cumprimentos!



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