Na janela amarela com tulipas vermelhas, avistou-se um senhor de chapéu que corria com seu relógio de bolso, todos os dias, na mesma velocidade.
As flores murchavam, assim como as estações mudavam,
a janela descascava, as crianças cresciam, o clima alterava,
e como telespectadores, permaneciam ali a avistar o apressado senhor que insistia em passar.
As mãos já não eram mais as mesmas, os pensamentos e até mesmo o sorriso, as poucas lembranças e o vago desejo de retroceder e sair da janela da insistência.
Tudo se alterou em um curto espaço de tempo, na mesma velocidade que o senhor passava pelas ruas da cidade.
- Autor: Thamiris Zanin ( Offline)
- Publicado: 24 de janeiro de 2021 00:21
- Comentário do autor sobre o poema: Este poema foi criado com o objetivo de retratar a passagem do tempo em uma representação metafórica, o senhor de chapéu. Pessoas que observam da janela a passagem da vida e as inevitáveis mudanças causadas pelo tempo, como telespectadores.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 30
Comentários4
Massa... segundo Lima Barreto, o Brasil não tem povo, somente expectadores... forte abraço...
Muito obrigada pelo comentário Chico!
Adorei!!! Perfeita comparação com tempo! Belo poema! Parabéns!
Muito obrigada pelo comentário Cecilia!
O senhor tempo é o único que nos dá as respostas para diversas perguntas. Parabéns por seu texto poético. Boa tarde.
Boa tarde Rosangela, muito obrigada pelo comentário!
Belo poema poetisa Thamiris, analogia do senhor tempo. Boa noite
Muito obrigada pelo comentário Ernane!
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