Na janela amarela com tulipas vermelhas, avistou-se um senhor de chapéu que corria com seu relógio de bolso, todos os dias, na mesma velocidade.
As flores murchavam, assim como as estações mudavam,
a janela descascava, as crianças cresciam, o clima alterava,
e como telespectadores, permaneciam ali a avistar o apressado senhor que insistia em passar.
As mãos já não eram mais as mesmas, os pensamentos e até mesmo o sorriso, as poucas lembranças e o vago desejo de retroceder e sair da janela da insistência.
Tudo se alterou em um curto espaço de tempo, na mesma velocidade que o senhor passava pelas ruas da cidade.