Soneto do Ermo Esmado
Vivo num ermo que se justifica
Sem dar vaidade pelo amor presente
E que por verso agreste versifica
Sem sobre cujo amor jogar a mente.
E pelo verso em esmo não se implica
A vida, morte e o brio de amor vivente
Que em bruta castidade vivifica
Um bom soneto de amargar a gente.
Mas quando a morte dança a vida austera
Na valsa da vaidade e da penúria,
O brio se acanha e a vida desespera.
Tratado em morte eterna que quisera
Eu mesmo a deleitar-me em triste injúria
E na mortalidade tão severa.
- Autor: Qorujo (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 16 de janeiro de 2021 15:05
- Comentário do autor sobre o poema: Esmamos sem nada calcular.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 18
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