AS AREIAS DO CAMINHO

JUCKLIN CELESTINO FILHO

Bebi na taça do egocentrismo 

O vinho impuro que prepara,

E fui seguindo estrada afora,

A esmo percorrendo  caminhos 

Ora de flores , ora de  cardos;

Ora venturosos, ora tristonhos. 

  

Viandante de tortuosas jornadas ,

Busquei alhures: cravos, orquídeas  e tulipas 

No jardim da vida, deparei-me entretanto ,

Com imenso deserto, o qual 

Tentei nas areias do caminho,

Encontrar meu rumo , em meio à cerração!

 

Sultão sem odaliscas, sem harém,

Sem súditos, sem  castelo , sem carruagem ,

Reinei no reinado das "Mil e Uma Noites "!

   Nas areias do caminho, me perdi no meu deserto ,

Quando dei por mim,

Estava preso nas muralhas do tempo. 

 

De moinhos de vento, soldadinhos 

De papelão, construi minha

Fortaleza! Vi que estava aprisionado 

Na própria fortaleza que construi,

À qual, o vento batia na amurada, 

E as arreias infindas aumentava-me a solidão. 

 

No deserto da vida, me perdi

Pelo caminho, na ânsia 

De ao oásis chegar.

Mas encontrei-me ante

Uma miragem que fez

Com que pussesse os olhos

Em pedras, pedregulhos, 

Areia e inexpugnável murada,

Buscando, embalde, o rumo certo!

 

 

  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de janeiro de 2021 09:37
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 8


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