Bebi na taça do egocentrismo
O vinho impuro que prepara,
E fui seguindo estrada afora,
A esmo percorrendo caminhos
Ora de flores , ora de cardos;
Ora venturosos, ora tristonhos.
Viandante de tortuosas jornadas ,
Busquei alhures: cravos, orquídeas e tulipas
No jardim da vida, deparei-me entretanto ,
Com imenso deserto, o qual
Tentei nas areias do caminho,
Encontrar meu rumo , em meio à cerração!
Sultão sem odaliscas, sem harém,
Sem súditos, sem castelo , sem carruagem ,
Reinei no reinado das \"Mil e Uma Noites \"!
Nas areias do caminho, me perdi no meu deserto ,
Quando dei por mim,
Estava preso nas muralhas do tempo.
De moinhos de vento, soldadinhos
De papelão, construi minha
Fortaleza! Vi que estava aprisionado
Na própria fortaleza que construi,
À qual, o vento batia na amurada,
E as arreias infindas aumentava-me a solidão.
No deserto da vida, me perdi
Pelo caminho, na ânsia
De ao oásis chegar.
Mas encontrei-me ante
Uma miragem que fez
Com que pussesse os olhos
Em pedras, pedregulhos,
Areia e inexpugnável murada,
Buscando, embalde, o rumo certo!