De longe
A brasa carece de vento para virar chama
Peleja da distância contra o tempo
Um sonho, dois hologramas
Para queimar em fogo lento
Reacender o lume
Assoprados pelo bafejo do desejo
Uma brisa de ciúme , vagalume agonizante
Desmaiado, desmaiando, quase morto
Parecendo se apagar no horizonte
Querendo virar cinza, farol do porto
Mas ela vem e ele vai
Na exata ordem da incerteza
De ventos errantes, de extravagantes marés
Trombas d'agua de surpresa
E basta um roçar das almas buliçosas
A vida numa esquina, duas peles ansiosas
Pororoca de vontades febris
Misturando tudo, um sorvedouro de sinas
Lucidamente sem juizo e sem juiz
Insensatos felizes
E então a brasa arde e incendeia num sorriso
Se acende, se revigora, luminosa dedicatória
E mesmo já não sendo tão cedo
Nunca ainda será tão tarde
Para escreverem suas histórias...
Comentários1
"Fagulhas" é um deste poema para se decorar. Tê-lo sempre a mão. Em fácil resgate para mostrar aos amigos e dizer: Não é mesmo lindo este escrito. É do grande poeta, Marçal de Oliveira Huoya.
Muito obrigado Shmul. Feliz Ano Novo!
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