Marçal de Oliveira Huoya

Fagulha

De longe

A brasa carece de vento para virar chama

Peleja da distância contra o tempo

Um sonho, dois hologramas

Para queimar em fogo lento

Reacender o lume

Assoprados pelo bafejo do desejo

Uma brisa de ciúme , vagalume agonizante

Desmaiado, desmaiando, quase morto

Parecendo se apagar no horizonte

Querendo virar cinza, farol do porto

Mas ela vem e ele vai

Na exata ordem da incerteza

De ventos errantes, de extravagantes marés

Trombas d'agua de surpresa

E basta um roçar das almas buliçosas

A vida numa esquina, duas peles ansiosas

Pororoca de vontades febris

Misturando tudo, um sorvedouro de sinas

Lucidamente sem juizo e sem juiz

Insensatos felizes

E então a brasa arde e incendeia num sorriso

Se acende, se revigora, luminosa dedicatória

E mesmo já não sendo tão cedo

Nunca ainda será tão tarde

Para escreverem suas histórias...

 

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de Dezembro de 2020 20:34
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 14
  • Usuário favorito deste poema: Shmuel.

Comentários1

  • Shmuel

    "Fagulhas" é um deste poema para se decorar. Tê-lo sempre a mão. Em fácil resgate para mostrar aos amigos e dizer: Não é mesmo lindo este escrito. É do grande poeta, Marçal de Oliveira Huoya.



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