Alexandre Silva

SARA VIDA


Aviso de ausência de Alexandre Silva
NO

 

SARA VIDA

 

Falar "te amo" é muito fácil, e logo diante de uma lua igual a esta que dita todo o compasso de um jeito só seu, e sem dar o mínimo direito de bloquear sequer o seu reflexo: nexo em versos? Poesia viva! Sarando vidas num ritmo frenético!

 

Na

alma

a

esperança

perdida...

Sara vida;

Vida sara;

Coisa linda de se ver;

Na tua trajetória coisa assim acontecer...

 

Sara por necessidade;

Vida de ansiedade;

Às vezes, difícil de se perceber;

Na tua trajetória coisa assim acontecer...

 

Vencedora seguiu sendo em sonho;

O que na realidade nunca conseguiu ser: ledo engano;

Natureza humana em um desumano proceder;

Coisa que até a fez tentar desaparecer...

 

Tendo a sua vida sarada de todas as feridas;

Apenas lhe faltava na alma a esperança outrora perdida;

De quem sempre lutou para vencer todas as suas batalhas;

Em sua mente apenas lembranças quentes daquela guerra fria...

 

Mundo: sara vida;

Surdo: por necessidade;

Mudo: por carência;

Poço: de incredulidade;

 

Fundo: porém, limitado;

Perdição: possível de ser evitada;

Eterna: chance de sobrevivência;

Fugi: de todos os males que te deixa apavorado;

 

Pois: tudo que te persegue;

Enquanto: você dorme, acorda, e tenta, e tenta, e tenta...

Tens: a total condição de mudar tudo ao teu favor, te ergue(!);

Tempo: pois, é nele que está o teu apoio, a tua vitória com ele virá... Diga:

 

diga, pois, tu:

passa tempo;

tempo passa;

brisa calma a nos acalmar... nos levando a repensar...

 

Vento calmo:

que nos acalma a alma... nos fazendo descansar...

 

E que nos conduz a outro caminho: virei à direita e me deparei com outro mundo — abismo profundo que de pouco a pouco vai sucumbindo a alma e, no mais, o que fica é uma calma fingida, provisoriamente arquitetada para o engano: estático, permissível, porém, não me abstive, não me eximi, não me coloquei frente à dificuldade de uma forma derrotada... em casa... percebi:

 

azulejos

reluzentes

de batalhas invisíveis — neste mundo novo me vi

revestido de uma forma incrível

e pronto para seguir neste tal: “novo caminho...”; “novo mundo...”; “novo abismo...”;

na torcida de que neste suposto “NOVO” tudo seja mais feliz...

Em um caminho mágico
de desilusões constantes
segue o cavaleiro
com esperanças abundantes:

 

Vitória!

Vitória na guerra!

Vitória!

Vitória na terra!

 

Que um dia me pisou;

Que um dia me humilhou;

Que um dia tudo fez

para me tornar um perdedor...

 

Que um dia me desafiou:

ergueu o seu escudo;

desembainhou a sua espada;

marcou carreira, e me peitou!

 

Disse-me que jamais eu seria um vencedor na vida:

lida;

linda;

vida!

 

O que antes era só profecia de derrota e perdição,

hoje se transforma em alegrias e bandeiras tremulando

das tantas conquistas jamais esperançadas.

Cheguei em casa: minha guarida... venci!!!

Nos azulejos reluzentes

fui pisando devagar
para o piso não arranhar
pois clareiam tantos corações...

Tenebrosa esperança
de quem espera e “sempre alcança”;

que em seu peito com coração relutante
abraça com carinho a causa pela qual se tornou amante...

Reluz, óh azulejo vívido!
Que de certo o escorrego é sempre "amigo"
para lhe deixar atento aos deslizes possíveis
e torná-lo um vencedor de batalhas invisíveis...

 

Vida: num mundo de azulejos reluzentes e escorregadios:

que nos cobra cuidados afio

para males maiores evitar

porque sabemos que tudo passa,

mas não precisamos ajudar a passar...

 

Tudo passa...
Tudo passa: diante dos nossos olhos e nada conseguimos fazer para evitar

até que, em desalento, encontramos abrigo num mais simples gesto;

Tudo passa...
Tudo passa: ao se saber que tudo que venha a ser tão aguardado torna-se possível, apenas com o natural estado da passagem;


Tudo passa...
Tudo passa: porque tudo não passa de ponto de vista de tudo que se apresenta diante de nós mesmos e, por isso, precisamos seguir em frente... também passando;

 

Foi numa dessas “passagens” que cheguei àquele rio:

rio bonito;

rio profundo;

de uma reflexão em si partiu a dar alma ao mundo...

 

No fundo daquele rio avistei-a reflexiva: lá estava ela...

cheia de graça e bela;
transbordando de felicidades;
mesmo sobrevivendo em meio a tantas maldades.

 

Era ela:

a vida;

sarada;

bem-vinda!

 

[de repente]

Névoa acima;
escuridão abaixo;
solitude e calmaria;
a faz resistir... sem fracasso...

Há beleza no fundo daquele rio...

que de tempos em tempos se revela vazio
para, outrora passada a devida fase,
retorne com gosto a encher-se com vaidade...

A vida se revela mórbida nele...

se assemelha às lesmas de canto de marés:

que, de tempos em tempos, se renovam!

Entre secas e enchentes sempre estão presentes...

 

Ainda nele: ela passa a contemplar o céu,

Que, de tão belo, refletiu-se em seus olhos a levando numa morada de paz... tranquilidade representativamente dirigida a si mesma, que sempre desejou viver; ter...

Compartilhadamente segue vivenciando o tudo que a ela se apresentou e, de repente:

 

— No lugar da estrela maior que sempre brilhou em mim
hoje se encontra a saudade que resultou de ti...

Isso por sempre ter me permitido ser tudo que já consegui ser:

o tempo é chegado para mim... preciso ir... pois, sou vida e preciso seguir...

 

Reflete, óh, nuvem sem luz própria!

A luz que da Lua em ti bate

e cria uma grande confusão nos olhos

de quem da terra te olha

esperando alguma solução...

 

Sara vida;

Vida sara;

Realizações...

Mundo de sonhos;

Aguardando o fim das suas desilusões...

 

Sara Vida;

Vida sara;

Já podes descansar...

Pois, o NOVO, sempre presente, estará a te sarar...

  • Autor: CASAVERDE (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de Dezembro de 2020 00:19
  • Comentário do autor sobre o poema: Poema especial para a ocasião de Natal em um ano que está se findando, mas que deixará cicatrizes ímpares em todos nós. Não basta desejar um "Feliz Natal", e sim, desejar que jamais voltemos a ter um natal como este... Que sejamos agraciados com a PAZ e a SAÚDE em seus plenos estados de existências e, com isso, consigamos seguir para o próximo ano fortalecidos e "de mãos dadas" rumo ao sucesso em todos os aspectos. .:PAZ & Vida:. Para todos nós...
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4
  • Usuário favorito deste poema: Alexandre Silva.


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.