Murilo Mendes

Murilo Monteiro Mendes, ou Murilo Mendes como é melhor conhecido, foi um poeta brasileiro.

Murilo Mendes

Ele foi um dos principais representantes do surrealismo na literatura do Brasil, tendo ainda participado do Movimento Antropofágico. O seu primeiro livro publicado (“Poemas”) lhe rendeu o Prêmio Graça Aranha em 1930.

 

Sobre sua vida

Murilo Monteiro Mendes nasceu em 13 de maio de 1902, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Teve como pais o funcionário público Onofre Mendes e Elisa Valentina Monteiro de Barros.

Pouco tempo depois a sua mãe faleceu, quando o garoto nem ainda completara 2 anos de idade. Assim, o seu pai casou novamente. Murilo nutria um amor e admiração imensos por sua madrasta (Maria José Monteiro), a quem ele preferia chamar de “segunda mãe”.

Ele inicia os seus estudos ainda em sua terra natal. E entre os anos de 1912 e 1915 passa a estudar poesia e literatura. Depois ele muda-se para Niterói e lá passa a estudar no Colégio Santa Rosa, um colégio interno, mas tempos depois ele foge do colégio e se recusa a retornar.

Depois de haver concluído o ensino ginasial, ele ingressou na Escola de Farmácia de Juiz de Fora, mas depois de um ano acabou abandonando o curso.

Quando jovem, Murilo trabalhou como telegrafista, guarda-livros, professor de francês, prático de farmácia, entre outros.

Juntamente com seu irmão ele vai morar no Rio de Janeiro e lá ele começou a trabalhar também com vários empregos, sem uma vocação definida. Lá ele trabalhou como arquivista na Diretoria do Patrimônio Nacional e foi lá onde conheceu o poeta e pintor Ismael Nery.

Foi em 1920 que ele começou a realizar colaborações em jornais e em revistas e foi nessa época ainda que começou a escrever seus livros.

No ano de 1947 ele se casa com Maria da Saudade Cortesão, filha do escritor e historiador português Jaime Cortesão (qual fora exilado no Brasil). Inicialmente o casal passou a morar no Rio de Janeiro.

 

Sua vida literária

No ano de 1920, e, Juiz de Fora, Murilo Mendes colabora com artigos para o jornal “A Tarde”, assinando como “MMM” e depois como “De Medinacelli”. Quatro anos depois ele começa a escrever poemas para “Terra Roxa e Outras Terra” e “Antropofagia”, ambas revistas modernistas.

E é em 1930 que ele publica o seu primeiro livro de poemas intitulado de “Poemas”, no qual foram abordados temas como o folclore, humor, linguagem coloquial, paródias e nacionalismo, apresentando a influência do modernismo em suas obras.

Por esse primeiro livro ele recebeu, no mesmo ano, o Prêmio Graça Aranha.

Em 1931 ele publica o seu segundo livro “Bumba-meu-poeta” e no ano seguinte publica “História do Brasil”, livro esse que mistura poesia com humor. Mas esses dois livros não foram para a obra completa que ele publicaria em 1959, pois o poeta considerou que o mesmo destoaram do conjunto da sua obra.

O poeta Murilo Mendes foi ainda um dos principais representantes da chamada poesia religiosa de sua época. Em 1935 ele publicou, em parceria com Jorge de Lima, “Tempo e Eternidade”, com poesia que mescla elementos da religiosidade popular brasileira com elementos da espiritualidade mística.

Em 1953 ele viaja para a Europa e nesse mesmo ano ele promove uma conferência sobre Jorge de Lima. Na Europa ele passa alguns anos com sua esposa, tendo fixado residência na Itália em 1957, onde passou a lecionar cultura brasileira na Universidade de Roma. Mas antes disso, ele passou pela Bélgica e pela Holanda com conferências e outros trabalhos.

No dia 13 de agosto de 1975, aos 74 anos, Murilo Mendes falece em Lisboa, Portugal, e lá é sepultado.

Em sua cidade natal, Juiz de Fora, há um museu que leva seu nome, o Museu de Arte Murilo Mendes, onde estão obras do poeta e também documentos e correspondências, além de outros objetos que foram dele.