Miguel Torga

Adolfo Correia da Rocha, conhecido popularmente como Miguel Torga, foi um poeta e escritor português. Ele foi um dos mais importantes poetas portugueses do século XX.

Miguel Torga

Nascido em 12 de agosto de 1907, em São Martinho de Anta, Portugal, ele também atuou como contista, dramaturgo, ensaísta e romancista. Ao longo de sua trajetória, o escritor deixou mais de 50 obras.

O nome Miguel Torga foi uma espécie de homenagem, sendo que “Miguel” ele adotou em homenagem a Miguel Cervantes, Miguel de Unamuno e Miguel de Molinos. Já o “Torga” é o nome de uma planta que possui raízes fortes e que há na terra natal desse poeta.

 

Miguel Torga: sobre sua vida e obras

Filho de Francisco Correia da Rocha e de Maria da Conceição de Barros, Torga veio de uma família pobre. Quando tinha apenas 10 ele foi trabalhar na cidade do Porto, na casa de alguns familiares.

Na casa desses familiares mais afastados, o garoto vestia-se de branco e era responsável por realizar tarefas como regar o jardim, fazia a limpeza de escadarias, era porteiro, garoto dos recados, entre outras tarefas.

Com 11 anos ele foi enviado para o seminário de Lamego, em Portugal. Lá Adolfo Correia da Rocha passou a estudar Português, Latim, Geografia, História e também estudou textos sagrados. Mas quando se passou um ano ele decidiu que não queria ser padre.

Com 13 anos ele vai para o Brasil, lá ele trabalha na fazenda de café do seu tio, no estado de Minas Gerais. Com 17 anos ele é matriculado no Ginásio Leopoldinense, no município de Leopoldina, com os estudos custeados por seu tio.

Quando completa 18 anos, Adolfo Correia da Rocha retorna para Portugal com seu tio, o qual passa também a custear seus estudo ali. Cursou o Liceu por quatro anos.

O garoto tinha a convicção que seria um médico, nisso, matricula-se em 1928 na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

 

Primeiro livro publicado

É ainda nesse ano de 1928 que ele publica o seu primeiro livro de poemas intitulado “Ansiedade”. No ano seguinte ele colabora com a revista Presença, com o seu poema “Altitudes”, dando início a atuação na parte de arte e crítica da revista.

Mas um ano depois ele deixa a revista Presença, em decorrência de discordância estética, e passa a atuar de forma independente. Nesse mesmo ano ele lança o livro “Rampa”.

Passados 3 anos, já com seus 27 anos, ele publica “A terceira voz” e é a partir daí que começa a usar o pseudônimo de Miguel Torga.

Em 1940 casou-se com a ensaísta e professora Andrée Crabbé, uma estudante da Bélgica que veio para Portugal fazer um curso de verão, com ela teve uma filha, em 1955, chamada de Clara Rocha.

E apesar de Torga ter surgido na política, em 1979, para apoiar a candidatura de Ramalho Eanes à presidência, ele mantivera-se sempre longe de movimentos políticos. Também, não era de seu feitio dar autógrafos ou mesmo fazer dedicatórias em seus livros.

O poeta recebeu o mais importante prêmio da língua portuguesa em 1989: o Prêmio Camões.

Mas além de poesias, Miguel Torga também escreveu obras de teatro, prosa e romances. Suas obras expressam a ansiedade, angustia, a revolta e a esperança vividas em sua época.

Miguel Torga faleceu devido a um câncer, com seus 88 anos. Mas alguns anos antes de sua morte ele ainda publicou mais um trabalho, no ano de 1993. Ao lado de sua lápide foi plantada uma torga.