Manoel Wenceslau Leite de Barros, mais conhecido como Manoel de Barros, foi um poeta brasileiro do século XX.
Nascido em Cuiabá, município do Mato Grosso, em 19 de dezembro de 1916, Manoel de Barros fez parte da terceira geração modernista, conhecida como Geração de 45.
Sobre Manoel de Barros
Filho de pais fazendeiros, Manoel cresceu em contato com os animais e com a natureza. O garoto gostava de apreciar as pequenas coisas que aconteciam no terreno de casa, tais como os caramujos e as formigas transitando pelo chão.
Ao completar seus oito anos, ele passa a estudar num colégio interno em Campo Grande. Tempos depois ele passa a estudar no Rio de Janeiro.
Segundo descreve o próprio poeta, quando criança ele não gostava de estudar, mas foi na escrita que encontrou sua paixão e vocação.
O que lhe deu um impulso para essa descoberta foi ter encontrado os livros do Padre Antonio Vieira.
E o que acabou dando ainda mais impulso ao rapaz para se decidir pelo rumo da poesia foi “Une Saison en Enfer” de Arthur Rimbaud. Assim, quando sai do colégio ele passa a explorar mais sobre a poesia e mistura dos sentidos. Nesse mesma época, passa a seguir o comunismo e a ler Marx.
Decepcionado com algumas coisas ocorrendo na época do governo Getúlio no Brasil, ele vai morar e Nova York. Lá fica por um ano e estuda cinema e pintura no Museu de Arte Moderna.
Em 1949 ele concluiu seu curso de direito, mas acabou tornando-se fazendeiro, dedicando a sua fazenda no Pantanal.
Quando ele retorna ao Brasil conhece a mineira Stella e em três meses eles se casam. O casal teve três filhos, sendo eles Pedro, João e Marta. Marta foi quem fez a ilustração da capa do ” Livro de pré-coisas” (em sua segunda edição).
Apenas a partir dos anos 80 suas obras começam a se tornarem conhecidas do público. Assim, recebe diversos prêmios (como o Jabuti) e é também reconhecido internacionalmente.
Sobre suas obras
No ano de 1937, Manoel de Barros publica o seu primeiro livro intitulado de “Poemas Concebidos Sem Pecados”.
No entanto, esse foi o primeiro livro publicado, mas não o primeiro escrito pelo poeta. Esse ele escreveu quando tinha 18 anos.
A história que é contada é que, jovem comunista que era, ele pichou numa estátua a frase “viva o comunismo”. Nisso, a polícia foi até a pensão onde ele morava para prendê-lo, mas a senhora que cuidava do local pediu que não fizesse isso e contou que ele até havia escrito um livro. O policial pediu para ver esse livro, intitulado de “Nossa Senhora de Minha Escuridão”, e acabou levando-o, o qual era o único exemplar que o garoto possuía.
Ao longo de sua vida, ele publicou mais de vinte livros. Os versos de seus poemas eram recheados de simplicidade e inspirados pela realidade qual ele vivia, especialmente da natureza. Uma coisa da qual gostava muito era de neologismos.
Em 13 de novembro de 2014, aos 97 anos, Manoel de Barros falece, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, por complicações numa cirurgia para desobstrução do estômago.
