José Bento

José Bento de Almeida e Silva Nascimento, mais conhecido como José Bento, foi um poeta e tradutor português.

José Bento poeta tradutor

Ele foi um dos mais importantes tradutores de poesia hispânica de Portugal. Por mais de 50 anos ele traduziu obras do espanhol para o português de Portugal.

 

Sobre sua vida

José Bento de Almeida e Silva Nascimento nasceu em Pardilhó, Estarreja, em 17 de novembro do ano de 1932. Ele iniciou seus estudos em sua cidade natal e depois foi estudar em Porto e em Lisboa, ingressando no Instituto Comercial de Lisboa. José concluiu seus estudos em 1955.

Enquanto estudante, José fez colaborações em jornais e revistas como “O Concelho de Estarreja” e “Cadernos do Meio-Dia”.

Já formado, ele trabalhou como professor do ensino secundário, tempos depois abandonando esse emprego para ir trabalhar em várias empresas.

Ele elaborou alguns livros sobre contabilidade e também sobre assuntos comerciais. Tais livros começam a ser publicados a partir de 1960 e alguns tiveram algumas colaborações.

José Bento fez parte (e ajudou a fundar) da revista de poesia dos anos 50 intitulada de “Cassiopeia”. Ela também trabalhou como redator da revista O Tempo e o Modo e ainda fez a publicação de críticas literárias em jornais e em revistas que tinham uma certa relevância nos anos 50. Ele demonstrava um conhecimento profundo da poesia portuguesa contemporânea.

 

Sobre a sua carreira

José havia publicado algumas poesias soltas em periódicos, mas isso mudou com o lançamento de seu livro de poesia: Silabário. E nem por isso ele deixou de ser um poeta que era reconhecido pela qualidade em suas obras.

Ele estreia como tradutor da literatura espanhola nos anos 50, bem no finalzinho. Essa estreia foi com a tradução de “Platero e Eu”, obra de Juan Ramón Jiménez (tendo desenhos de Bernardo Marques). Essa tradução foi publicada originalmente na editora Livros do Brasil.

Ele traduziu autores como Pablo Neruda, Calderon de la Barca, Angel Crespo, Garcia Lorca, Unamuno, Santa Teresa de Ávila, Luis Cernuda, entre muitos outros.

Outras traduções feitas por ele foram lançadas nos anos 70, que foram as analogias de Vicente Aleixandre e de Pablo Neruda. Essas obras tiveram a chancela da editora Inova.

Foi ainda por essa editora que José Bento publicou seus primeiros livros de poesia: Sequência de Bilbau e In Memoriam.

E as traduções que fez de poetas espanhóis acabam refletindo em suas próprias obras poéticas, nas quais é possível perceber a influência hispânica.

 

Premiações e reconhecimentos

Como tradutor, José recebeu vários prêmios, dentre os quais:

– O Prémio P.E.N. Clube Português pela obra “Antologia de Poesia Espanhola Contemporânea”;

– E outro prêmio de tradução também pela P.E.N. Clube Português pela obra “O Engenhoso Fidalgo D. Quixote de la Mancha”;

– No ano de 2006 ele foi ganhador do Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (prêmio cedido pela sua luta para reforçar os laços ibéricos).

Na Espanha ele recebeu a Medalla de oro al Mérito de Bellas Artes no ano de 1991. No ano seguinte ele recebe o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Estando internado no Hospital Amadora-Sintra, no dia 26 de outubro de 2019 José Bento de Almeida e Silva Nascimento falace aos 86 anos.