Hilda de Almeida Prado Hilst, popularmente conhecida como Hilda Hilst, foi uma poeta, dramaturga e cronista brasileira.
Hilda é considerada uma das maiores escritoras da língua portuguesa do século XX. E suas obras abordam sobre temas mais psicológicos como insanidade e também que remetem a sexualidade.
Hilda Hilst: sua história
Nascida em 21 de abril de 1930, em Jaú, São Paulo, Hilda de Almeida Prado Hilst teve como pais Bedecilda Vaz Cardoso e o poeta, ensaísta e fazendeiro Apolônio de Almeida Prado Hilst.
Seus pais, conforme conta Hilda, viviam uma relação de paixão intensa e ódio, o que se intensificou após seu pai ser diagnosticado com esquizofrenia paranoide, tendo que ser internado num sanatório.
Os pais de Hilda se separaram tempos antes dele ser diagnosticado com a doença, então a mãe levou ela e seu meio irmão Ruy Vaz Cardoso (fruto de um relacionamento anterior) para residirem em Santos.
No ano de 1937 ela inicia seus estudos no Colégio Santa Marcelina, em São Paulo, onde estudou por oito anos. E nesse mesmo ano a sua mãe lhe conta sobre a doença mental de seu pai.
Passa, então, a estudar no Instituto Presbiteriano Mackenzie, onde concluiu seus estudos.
Visita seu pai, depois de muitos anos, em 1946, na fazenda dele, qual se localizava na sua cidade natal, Jaú. Mas, segundo conta ela, apenas três dias convivendo com ele foram suficientes para levá-la a um estado de perturbação. E essa experiência vivida é expressa em “Carta ao Pai”.
No entanto, segundo ela conta, foi ele o responsável por ela ter se tornado poeta.
Sua mãe, que influenciava os filhos a estudarem, lhe aconselhou que fizesse faculdade. Então, em 1948 Hilda ingressa na faculdade de direito da Universidade de São Paulo. E lá conhece a escritora Lygia Fagundes Telles, que mais tarde viria a ser sua grande amiga.
No ano de 1950 ela então lança o seu primeiro livro intitulado de “Presságio”. Já no ano seguinte lança outro livro “Balança de Alzira”.
Até 1963, Hilda levara uma vida boemia, com também muitos relacionamentos. Ela, que era dona de uma beleza rara, despertou paixões em muitos homens, entre poetas, empresários e artistas.
Sua nova e polêmica fase como poeta
Quando fez 35 anos, Hilda Hilst mudou-se para a chácara Casa do Sol, qual ficava em campinas. E lá passou a dedicar-se a literatura, escrevendo desde poesia, peças de teatro, entre outros.
Porém, com o passar dos anos, sob a justificativa de que suas obras não estavam tendo a repercussão que desejara, ela iniciava, assim, uma nova fase em sua carteira como poeta, publicando obras que remetiam a sexualidade.
“O caderno rosa de Lori Lamby” foi o livro que deu o pontapé inicial nessa sua nova e polêmica fase em sua carreira como escritora.
Suas obras, que agora exploravam temas pornográficos, acabaram gerando espanto e indignação tanto no público quanto nos demais poetas amigos seus e nos críticos.
Um exemplo disso foi quando o editor Caio Graco Prado recusou-se de publicar essas novas obras. Do mesmo modo, Wesley Duke, artista plástico, considerou seus novos escritos como “lixo”.
No entanto, tempos depois, Hilda lança “Contos d’escárnio/Textos grotescos e Alcoólicos”.
Devido a doença de seu pai, que era algo hereditário, Hilda optou por não ter filhos.
Hilda Hilst faleceu no dia 04 de fevereiro de 2004, aos 73 anos, em decorrência de complicações após uma queda que a fez faturar o fêmur. Como já tinha uma deficiência crônica cardíaca e pulmonar, isso acabou agravando o caso e levando a óbito com a falência de órgãos.