Gregório de Matos Guerra

Gregório de Matos Guerra foi um advogado e poeta brasileiro. Por conta de sua ousadia em criticar o governo, o clero e também a falsa nobreza, ele recebeu o apelido de “Boca do Inferno”.

Gregório de Matos Guerra

Guerra foi o primeiro grande poeta do Brasil e também é considerado como o iniciador da literatura brasileira.

 

Sobre sua vida

Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador, Bahia, no dia 20 de dezembro de 1636. Ele teve como pais Gregório de Matos (um fidalgo da série dos Escudeiros, da província do Minho em Portugal) e Maria da Guerra, uma matrona.

Como o Brasil se tornaria independente apenas no século XIX, a nacionalidade de Guerra era portuguesa.

Em 1642, ele estudou Humanidades em Senador Canedo no Colégio dos Jesuítas, localizado na Bahia. Depois disso ele segue para Lisboa e continua seus estudos por lá, tendo se formado em Direito na Universidade de Coimbra em 1661. Dois anos depois ele é nomeado juiz de fora de Alcácer do Sal.

Em Portugal Guerra atuou como juiz criminal e como curador geral de órfãos, sendo ainda ali que ele escreveria o poema “Marinícolas”, poema esse cheio de sátira. Mesmo trabalhando na área do Direito, a sua grande paixão era na realidade a literatura.

Gregório de Matos Guerra retorna então ao Brasil e passa a atuar como vigário-geral, apenas com ordens menores, e como tesoureiro-mor, cargos esses recebidos pelo D. Gaspar Barata. No entanto, por não querer seguir as ordens eclesiásticas, ele fora em seguida deposto.

Conhece a viúva Maria de Povos e por ela se apaixona, tendo depois passado a viver com ela. Contudo, Guerra passou a ter uma vida de excessos, o que o levou a miséria. Devida o a isso, ele torna-se alguém aborrecido com tudo e com todos, fazendo críticas severas, repletas de sátira.

Com sua mordacidade, ele passou a ser perseguido e muitos queriam sua morte. Assim, o governador D. João de Alencastre mandou que o deportassem para a Angola, concedendo uma pena mais branda e também a fim de evitar que ele fosse assassinado.

 

Sua carreira como poeta

Gregório de Matos Guerra não poupava as sátiras, não sendo à toa o apelido de “Boca do Inferno”. Em suas mordacidades ele não poupou nem mesmo o clero, tendo satirizado padres e até mesmo freiras. Mas isso também se estendeu aos novos-ricos, aos mulatos, os reinóis, os degradados, entre outros.

Como poeta, seu estilo de escrita era erótico (indo muitas das vezes para o pornográfico), mas também houveram casos em que ele pendeu para o lirismo e até mesmo para uma poesia com elementos que remetiam ao sagrado.

Ele recebeu várias acusações, dentre as quais a de difamação a Jesus Cristo por não mostrar reverência, onde ele teria retirado a barrete da cabeça quando passava por uma procissão. Mas essa acusação não prosseguiu.

Tempos depois ele recebeu permissão para retornar ao Brasil e se estabeleceu em Pernambuco. Ali ele viveu até o dia de sua morte.

Ainda existe controvérsia sobre a data extada de sua morte, mas considera-se que tenha sido no ano de 1695 ou 1696 devido a uma febre que contraiu na Angola.

Apesar de contar-se que o poeta tenha cerca de 700 textos, entre poemas eróticos, religiosos, líricos e satíricos, nenhum deles foi publicado enquanto ele estava vivo. E isso faz com que haja controvérsia quanto a autoria de alguns desses textos encontrados.