Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino Sobrinho, mais conhecido como Bruno Tolentino, foi um intelectual e um poeta brasileiro.
Tolentino ficou conhecido por ser um dos mais importantes intelectuais conservadores de sua geração e também por ser contra o modernismo e contra a poesia concreta. Ele ainda ganhou por três vezes o Prêmio Jabuti.
Sobre sua vida
Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino Sobrinho nasceu no Rio de Janeiro no dia 12 de novembro de 1940.
Seus pais foram Heitor Jorge de Carvalho Tolentino e de Odila de Souza Lima. E ele ainda fora neto de Antônio Nicolau Tolentino, o fundador da Caixa Econômica Federal.
Desde cedo o garoto esteve em contato com intelectuais e com escritores que eram próximos à família, dentre os quais: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles (a quem sempre chamou carinhosamente de Tia Cecília), João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira.
Mas, também, em sua família existiam intelectuais e escritores, tais como os seus tios Lúcia Miguel Pereira e Otávio Tarquinio dos Santos (ambos escritores) e seus primos Barbara Heliodora (crítica teatral) e Antonio Candido (crítico literário).
Enquanto aprendia o português, Bruno também recebeu instrução em outros idiomas como o francês e o inglês.
Suas primeiras obras
Foi ano de 1963 que Bruno Tolentino publicou seu primeiro livro intitulado de “Anulação e outros reparos”. Nesse livro o poeta traz o poema “Ao Divino Assassino” qual escrevera indignado contra Deus e seu “Seu Anjo terrível” no período em que morre a sua ex-namorada Anecy Rocha, irmã mãos nova do cineasta Glauber Rocha.
Com o Golpe Militar em 1964, ele vai morar na Europa, numa espécie de exílio, convidado pelo poeta Giuseppe Ungaretti, e lá vive por 30 anos. Lá ele reside na Inglaterra, depois na Bélgica, Itália e na França.
Ele foi professor em universidades como Oxford, Essex e Bristol. Também, Tolentino trabalhou como tradutor-intérprete para a Comunidade Econômica Europeia.
Tempos depois ele viria a publicar mais um livro, dessa vez em francês, a obra intitulada de “Le vrai le vain” (1971). Já em 1979 ele publica outro livro, mas agora em inglês sob o título de “About the Hunt”.
Trabalhou também na revista literária Oxford Poetry Now como diretor.
Fora acusado de porte de drogas no ano de 1987 e recebeu pena de 11 anos, mas cumpriu apenas 22 meses em Dartmoor, Reino Unido. A pena fora reduzida porque o governo inglês o perdoou e reconheceu que o poeta sofrera uma injustiça.
De volta ao Brasil em 1993, ele publica o livro “As horas de Katharina”, esse livro fora escrito ao longo de 22 anos, entre 1971 a 1993, e lhe rendeu o Prêmio Jabuti em 1994 como o melhor livro de poesia.
Um ano depois disso ele publica o livro “Os Sapos de Ontem”, sendo que nesse livro ele fizera uma coletânea com poemas, textos e artigos que tiveram origem numa polemica com os escritores (e irmãos) Augusto e Haroldo de Campos. Nesse mesmo ano Bruno Tolentino publica “Os Deuses de Hoje”. No ano seguinte, em 1996, ele publica “A Balada do Cárcere” (inspirado no período que passou na prisão em 1987.
Prêmios recebidos
Bruno Tolentino ainda publicou outros livros como “O Mundo Como Ideia” (o mesmo foi escrito ao longo de 40 anos, começando em 1959) e também “A Imitação do Amanhecer” (esse escrito ao longo de 25 anos, começando em 1975). Os dois livros foram ganhadores do Prêmios Jabuti, o que fez com que o poeta fosse um dos únicos autores a receber três prêmios.
Outro prêmio recebido pelo escritor e poeta foi Prêmio Senador José Ermírio de Morais, prêmio esse que nenhum outro escritor havia ganhado até então. Esse foi pelo livro “O Mundo Como Ideia”.
Portador de aidis e tendo vencido um câncer, o poeta estivera internado no hospital paulista Emílio Ribas, há um mês na UTI. Mas ele veio a falecer em 27 de junho de 2007, aos 66 anos, devido a falência múltipla de órgãos.