Bernardim Ribeiro foi um escritor e poeta português integrante do movimento renascentista.
A mais conhecida das obras de Bernardim foi a novela “Saudades”, a qual ficou mais conhecida como “Menina e Moça”.
Sobre sua vida
As informações sobre sua vida são poucas e não totalmente precisas. A exemplo disso é o seu nascimento que apesar de ser datado como em 1482, não é algo de todo certo.
Não se sabe quem foram os pais de Bernardim Ribeiro e nem sobre sua infância.
Houve um estudante que frequentou a Universidade de Lisboa entre 1507 e 1511 também chamado de Bernardim Ribeiro. O mesmo também fora nomeado escrivão da câmara. Contudo, não pôde ser comprovado que se tratara do escritor e poeta português. O que relata-se é que Bernardim estudou em Coimbra, onde formou-se em Direito.
Alguns analisam suas obras e as tem como obras biográficas. Desse modo, supõe-se que ele tenha nascido na Vila do Torrão (freguesia do concelho de Alcácer do Sal, em Portugal.
Bernardim frequentou a corte portuguesa, onde tornou-se poeta conhecido, estando as suas obras poéticas presentes no “Cancioneiro Geral de 1516”. O poeta português Sá de Miranda refere-se a Bernardim como um amigo e companheiro de escrita. De acordo com Sá, fora esse poeta de origem incerta quem introduziu o bucolismo em Portugal por meio de suas éclogas.
Suas obras
As obras do poeta Bernardim Ribeiro foram um total de doze e as mesmas foram incluídas no Cancioneiro Geral. Ao todo foram: a novela Menina e Moça (Saudades), cinco éclogas, o romance Ao longo de uma ribeira, também a sextina “Ontem pôs-se o Sol”, duas cantigas e mais outras composições que foram incluídas na edição feita em Ferrara (Itália), em 1554, sob a responsabilidade de Abraão Usque.
Falando sobre algumas dessas obras, a primeira impressão de uma de suas éclogas fora feita em 1563, sendo a mesma intitulada de “Trovas de dous pastores”.
Já em 1554 as suas obras são editadas por Abraão Usque (que se supunha ser um hebreu exilado) em sua oficina em Ferrara, na Itália. A obra “Menina e Moça é editada ali e recebe o título de “História de Menina e Moça”. É feita uma segunda edição dessa obra entre 1557 e 1558, em Évora, que recebe outro título “Saudades”. E há ainda uma terceira edição dela que foi feita em Colónia.
O poeta e investigador literário Helder Macedo acredita que os textos de Bernardim Ribeiro tem um encerramento com uma meditação mística e pessimista, onde tudo gira ao redor do amor e da saudade.
E a novela “Menina e Moça” tratava-se de uma novela sentimental que fora desenvolvida sob a influência de Giovanni Boccaccio, onde a mesma também contara com elementos bucólicos e algo de autobiografia (isso devido aos anagramas presentes na obra).
Os anagramas (palavras ou frases formadas a partir da reorganização das letras) presentes nessa obra remetem a nome do autor, com Binmarder que seria anagrama para Bernardim, mas também a pessoas que seriam próximas a ele: com Avalor que seria anagrama para Álvaro, Arima, anagrama de Maria, Donanfer, anagrama para Fernando, entre outros.
Também não se sabe ao certo a data da morte de Binmarde, contudo, com essa ideia de haver uma autobiografia em “Menina e Moça”, acredita-se que ele tenha falecido antes de 1557. Tem-se como ano de sua morte 1552.