Antero Tarquínio de Quental, conhecido mais como Antero de Quental, foi um poeta e escritor português.
Quental foi uma figura importantíssima para o movimento da geração Coimbra (ou geração de 70). Ele dedicou sua vida a literatura, mas também a política e a filosofia.
Sobre sua vida
Nascido em 18 de abril de 1842, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, Antero Tarquínio de Quental teve como pais Fernando de Quental (um combatente) e Ana Guilhermina da Maia. Antero inicia seus estudos ainda em sua terra natal.
Com 16 anos ele se muda para Coimbra e começa a fazer o curso de Direito na Universidade de Coimbra. Dono de uma personalidade marcante, ele passa, então, a liderar os acadêmicos.
Foi em Coimbra que Antero de Quental organizou a Sociedade do Raio, tendo como intuito mudar o país por meio da literatura. No período em que estudou na Universidade de Coimbra, Antero também foi líder de um grupo de estudantes que eram contra a ideias antigas do Romantismo, com isso, foi gerado um conflito entre a nova geração de poetas daquela época e a antiga.
Alguns nomes que foram de grande influência na vida do de Antero Quental foram o filósofo francês Pierre-Joseph Proudhon e o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Antero foi também um dos responsáveis por introduzir o socialismo em Portugal, sendo ele um dos fundadores do Partido Socialista Português.
Suas primeiras obras
Foi ano de 1861 que Antero de Quental publicou os seus primeiros sonetos, obras que abriam caminho para sua carreira literária reconhecida.
Já no ano de 1865 ele publica o livro de poesias intitulado de “Odes Modernas”, livro esse que teve influencias de Proudhon e seu socialismo experimental. Ainda nesse ano, o poeta inicia a polemica literária “Questão Coimbrã” onde ele e outros poetas foram atacados pelo escritor romântico português António Feliciano de Castilho devido a eles apoiarem e incitarem a revolução intelectual.
Foi nesse mesmo ano de 1865 que ele publicou opúsculos como carta ao Exmo. Sr. António Feliciano de Castilho, Bom Senso e Bom Gosto, entre outros.
No ano de 1866 ele vai morar em Lisboa e lá trabalha como tipógrafo. Ele também trabalhou como tipógrafo em Paris em 1867. No ano seguinte ele retorna para Lisboa. Antero esteve também em outros países como Estados Unidos, Canadá e França, mas foi em Portugal onde ele passou a maior parte da sua vida.
Herda, em 1873, uma quantia em dinheiro que lhe permite viver dos rendimentos dessa. No ano seguinte ele adquire tubérculos e decide repousar por um ano, voltando as suas atividades em 1975 ao realizar a reedição de “Odes Modernas”.
No ano de 1879 Antero vai morar em Porto e lá, sete anos depois, publica a obra poética que é considerada pelos críticos como a sua melhor: “Soneto Completos” (1886).
Ele retorna para Lisboa em maio do ano de 1891, indo morar na casa da sua irmã, Ana de Quental.
Antero de Quental sofria de depressão e distúrbio bipolar. Passado um mês, ele volta para Ponta Delgada, em 1891, e no dia 11 de setembro comete suicídio: dispara dois tios na cabeça num banco de jardim próximo ao Convento de Nossa Senhora da Esperança, no Campo de São Francisco. Na parede daquele lugar está escrito a palavra “Esperança”.