Ana Lima Carmo, mais conhecida pelo pseudônimo de Ana Montenegro, foi uma jornalista, advogada, poeta e militante comunista brasileira.
Ela lutava em prol do socialismo e era membro do Partido Comunista Brasileiro – PCB. E além de ser bacharel em Direito era também formada em História.
Sobre sua vida
Ana Lima Carmo nasceu no dia 13 de abril de 1915 em Quixadá, no Ceará. Desde pequena já cultivava um pensamento comunista, onde olhava para as terras do seu pai e imaginava que os verdadeiros donos eram aqueles que ali trabalhavam.
Não se tem muitas informações sobre seus familiares e sobre sua infância, mas o que se sabe é que ela foi enviada para um colégio de freiras. Contudo, acabou não permanecendo ali, mas levou consigo ensinamentos da vida de Jesus e ficou em sua memória o sermão da montanha.
Ana cresceu com ideias socialistas, tendo lutado em prol de muitas causas nesse sentido.
Ela já lutava a favor do socialismo, quando em 1945 se filiou ao Partido Comunista Brasileiro – PCB.
Ana casou-se e teve dois filhos. Tempos depois ela foi morar no Rio de Janeiro e depois foi para o México e lá fez concurso para as Organizações não-governamentais. A partir daí ela começou a realizar palestras, tendo depois vindo para Salvador, na Bahia, pouco antes de se formar em Direito.
Foi depois de viver por 15 anos fora do Brasil (exilada na Europa depois do golpe de 1964, sendo a primeira mulher ser exilada), que Ana Montenegro retornou ao país e foi viver na Bahia, isso em 1979. O motivo foi porque a sua filha, Sônia Carmo, vivia no estado.
Foi na Bahia que ficou conhecendo mais sobre a luta do Corta-Braço (luta em prol da ocupação de moradores sem teto na Liberdade).
E foi na Bahia também que Ana Montenegro conheceu a luta das freiras do Convento do Desterro, com atitudes em prol da sociedade.
Em Salvador ela passou a lutar em prol da democracia e também dos direitos humanos, sendo que por isso recebeu o título de “Cidadã de Salvador”.
Ana conquistou destaque por sua luta em defesa da mulher, para que a mulher pudesse participar mais ativamente da democracia. Ela foi uma das responsáveis por fundar a Federação de Mulheres do Brasil e também o jornal Momento Feminino (já extinto).
Mas além de ter lutado a favor do feminismo, do comunismo e do socialismo, ela também lutou em prol do menor e contra o racismo, tendo usado também versos e prosas para manifestar-se.
Mais sobre seus trabalhos e as causas pelas quais lutava
Enquanto vivia no Rio de Janeiro, Ana colaborou com jornais como Tribuna Popular e Novos Rumos.
Já enquanto viveu na Europa (em exílio) ela fez parte de seminários e de congressos junto ao Conselho Econômico e Social da ONU e da UNESCO, tendo ainda atuado em delegações em continentes como América Latina, África, Europa e no Oriente Médio.
Passando a viver em Salvador, onde esteve ao lado de seus netos, ela então obteve a inspiração que precisava para escrever poemas, prosas e ensaios. Algumas das obras que ali nasceram foram Tempos de Exílio, Mulheres – participação nas lutas populares, Pelourinho – entre o Colorido das Paredes e a Injustiça Social, entre outros.
O “Movimento Feminino”, um instrumento que serviu para apresentar as conquistas das mulheres brasileiras e suas lutas, teve como co-fundadora a poetisa e jornalista Ana Montenegro. Esse instrumento, um periódico, foi editado por dez anos.
No dia 30 de março de 2006, aos 91 anos, Ana Montenegro faleceu na cidade de Salvador, seu falecimento foi descrito como ocorrido por causas naturais.
Em 2011 Ana recebeu, como homenagem póstuma, a Medalha Chico Mendes de Resistência, medalha cedida pelo grupo Tortura Nunca Mais, um grupo de direitos humanos.