De 426 para 821...
E de repente, não mais que de repente
tudo ficou distante
a quem se queria próximo se viu distante
e a solidão infame
cresceu ocupando da vida todos os instantes
e cada dia pesou como século
como os séculos pesaram a cada dia
e de novo o naufrago se reencontrou na ilha
e se perdeu nas migalhas do seu barco ha muito partido
a voz de sonhos tornou-se para todos audível
não mais era canto de sereia
mas voz eletrônica anunciando nova ordem
a seqüência antiga não mais valia
em 400 essa senha fora acrescida
o sonho próximo foi levado para longe
e o naufrago da vastidão do mar tomou nova ciência
a praia insignificante,
sem porto, sem cais ou atracadouro
era tudo que existia
era seu decreto de degredo
E de repente, não mais que de repente
toda dor de durar para alem do tempo de agora
toda angustia de não se acabar
todo desespero de ser áptero
todo o peso dos anos pesaram em suas costas
tudo se resumia à ilha
e ao mar imanso que lhe rodeava.
Lavras, 28 de março de 2005
Idael Christiano de Almeida Santa Rosa
- Autor: Santa Rosa ( Offline)
- Publicado: 15 de dezembro de 2020 22:16
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 15
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.