Sandro Paschoal Nogueira

POEIRA

Fim de noite...
De quem sou eu...
Um cigarro...a saideira...
Nem tão tonto...
Sem zueira...
Uma última catuaba...
Subir costurando...
Pela calçada...

Quando eu for...
Poeira no vento da madrugada...
De tudo serei um pouco...
E de pouco serei nada...

Sono chega de mansinho...
Saindo à francesa...
Devagarinho...

O tempo se encarrega de me cobrir...
Partirei só com a minha alma...
Tal qual como nasci...

Conversa demais...
Chega...
Não posso mais...

Que perfume é esse?
Que sinto agora...
Não condiz...
Com essa hora...
Homem cheiroso ...
Na madrugada...
Na hora vazia...
Balança tarda...

Já tô chato...
Melhor seguir um rastro...
Minha aldeia está morta..
Não se vê...
Nada nas sombras das casas...

Janela fechada não me protege da vida...
Em meu destino...
Esperança triste...
Me resta a saudade...

Linda assim...
Me entrego...
Menino sem medo...

Tudo vai ficar bem...
Seguir adiante...
Ave Maria...
Amém...

  • Autor: Sandro Paschoal Nogueira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de Dezembro de 2020 20:33
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8

Comentários1

  • Zaira Belintani

    Nossa, que lindo! Personifica o estado de abandono de forma tão real que o segui passo a passo pelas ruas desertas do seu pensamento.
    Parabéns, poeta!

    • Sandro Paschoal Nogueira

      Boa noite. Fico feliz que tenha gostado.
      Se quiser ler outros de minha autoria eu ficarei mais feliz

      https://conservatoriapoeta.blogspot.com

      Muito obrigado pela gentileza e Deus abençoe sempre



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