Sem liberté

Vanessa Diniz

Das coisas que não tenho, uma delas és tu.

Todas as minuciosas partes do meu corpo.

Se retraem em desejo, clamam pela adrenalina,

E choram pelo privilegio do teu gosto.

 

A missão não concluída, quero saborear no fim

Se possível alcançá-la for, quero também o seu amargor.

Não tão somente do corpo, mas de alma ainda mais

A mente domina tudo, em um piscar, planejo captá-la.

 

Contudo, nem tudo é palpável

Um terço da solidez foi deixada aos concretos,

E pedras, e rochas.

Onde busca-la?

Onde senti-la?

Onde, onde, onde?

 

Berro todos os dias, e não há solução exata.

Contam-me, que tê-la, é ser livre

Que a sua liberdade, é voar. Superficial.

Tolos! Não sabem! Não sentem! Não vivem!

 

Toda a lavagem foi concluída

Para eles, minha menina abortada, se reduz a uma cédula

Emitindo, poder e posse.

Ódio, tenho eu.

 

Meus olhos lacrimejam.

Quero toda a deslealdade, as drogas, o pecado.

Quero a doce e amarga, liberdade

Nas profundas camadas de seu paladar.

 

O álcool escorrendo

O verbo solto aos quatro cantos

O riso malicioso e farto, sabedor da verdade.

Não a cédula com ilusória liberdade imposta

Comprando a suposta liberdade, a gatos pingados.

 

No fundo, todos querem a loucura

Desprender todas as amarras da sociedade

Correr nu, em todos os sentidos libertários.

Em mim, não há nem a cédula, quem dirá a nudez.

 

 

  • Autor: Vanessa Diniz (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de dezembro de 2020 13:59
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8


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