Dez'encontros

Adélito

As vezes digo que sou pura e genuína empatia.

Caçoadores dizem que só o sou no sobre nome.

Contudo, quem comigo convive ou minimamente conviveu.

Vibrou e se harmonizou as mesmas predominantes energias.

A partir daí não é mais só ela e eu deixo de ser exclusivamente eu.

Passo a estar nela e ela em mim, não importa a embalagem se trapo ou luxuoso terno.

Me querer mal é miopia de paradoxal contradição, estamos imbricados.

Deseje me o bem, deseje a ti também, o inferno não nos convém.

Mesmo que estejas em guerra, o eu que há em você te fará vibrar em paz.

Estamos esparramados pelo universo, os nossos laços entrelaçam e se cruzam.

Ninguém é uma ilha, a árvore só dará bons frutos se houver raízes que lhe dê sustentação.

Quando você aceita o outro,  fortalece as suas proprias raizes.

É preciso dar maior protagonismo ao processo, o produto é mera consequência.

Apreciamos o sabor dos frutos, a beleza das flores sem considerar o semeador.

Respeito e curvo diante da divindade que há em ti, sem contudo deixar de reconhecer o divino que habita em mim.

Porque estou em ti e sinto a sua essência pulsar dentro de mim. 

 

 

  • Autor: Adélito (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 18 de abril de 2020 12:13
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.