NÃO CONSEGUES VER O QUE VEJO NÉ

NÃO CONSEGUES VER O QUE VEJO NÉ

Ah, poesia...

em mim: solitude.

Imagem linda, que passa uma sensação de paz, harmonia

e credulidade em um possível "novo amanhã saudável”:

não consegues ver o que vejo, né?

É que cada olhar recebe uma leitura específica remetida ao que mais o seu coração deseja,

e eu tenho certeza que da imagem que você vê agora (não a que acima desenhei)

o seu coração lateja por algo muito mais importante para você.

A poesia é isso...

ela faz isso:

promove realizações em um ambiente não seu

para satisfazer os mais ávidos corações contritos.

Por ela vejo o brilho dos teus olhos

refletindo o mais puro gosto

de um café bem feito

de manhã logo cedo.

Realizo-me em ti poeticamente:

te vejo sorrindo ao meu lado jogando meio de lado o teu braço e eu a câimbras em você evitar.

Permito-me em ti dramaticamente:

te vejo aborrecida por causa de palavras mal ditas que de longe vêm te aperrear.

Te deixo tocar o meu céu:

para poder habitar em teu terreno que, bem cercado, o guardo como o meu maior tesouro.

Por ela poeticamente

quero estar dramatizando

todos os meus sentimentos

que exalam o puro amor.

Ah, poesia...

em mim: solitude.

Imagem linda, que passa uma sensação de paz, harmonia

e credulidade em um possível "novo amanhã saudável”:

estar;

querer;

poder;

poetizar-se!

A poesia grita incessantemente

por um espaço para procriar

o que em mentes que se dizem sãs

já não consegue mais semear:

plantar;

crescer;

cultivar;

poetizar-se!

Não consegues ver o que vejo, né?

É que cada “coração” tem um jeito só seu de se expressar, se apixonar, amar...

A poesia se supera dia a dia de um jeito só seu,

mas sempre se permite adequar-se aos mais diversos perfis: apogeu!

Não precisas ler a mesma imagem que eu:

escolhe uma ao teu gosto, o menu é todo teu,

contanto, que consigas, de uma forma ou de outra,

transcender em satisfação,

emoção, prazer...

Porque depois de tudo só nos resta tentar de novo: em um "novo amanhã saudável".