Em um caso de dois suspeitos
Por mais que clara as evidências
Jamais a culparei
E declararei a sentença
Mesmo que todos gritem o contrário
E não fiquem do meu lado
Pelo meu bem eles lutaram
Mas errado eles estavam
Em um falso culpado
O povo não me achava
Você errou,
Mas fui eu que me culpava
O Júri aclamou
E pelo tribunal ecoou
Ao som do martelo
O Juiz sentenciou
O falso culpado
Andou pelo hall
Logo atrás do executor
Com um sorriso banal
Com a corda em meu pescoço
Não era o que eu esperava
Você errou,
Mas fui eu quem me culpava
Fadado ao carregar
De sua mente um escravo
Sabendo que não havia crime
Eu estava farto
Minha amada jamais iria aceitar
Ao ver pendurada a beira-mar
Com uma corda em seu pescoço
Pelo simples fato de errar
A ordem eu esperava
Mas por ti, eu enfrentava
Você errou,
Mas fui eu quem me culpava
A ação do executor
Ao ar, eu vi esvair
O sentimento de culpa e solidão
Por mil anos de perdão
Jamais a culparei
Pelo que tenha feito
Mas não se esqueça do que fez
E muito menos do meu leito
Em paz eu parti,
Por quem eu amava
Você errou,
Mas fui eu quem me culpava
L.R.
- Autor: Luiz Rossini ( Offline)
- Publicado: 22 de novembro de 2020 16:54
- Comentário do autor sobre o poema: Em alguns momentos em nossa vida estamos destinados a carregar o erro dos outros, e ainda mais, por quem nós amamos. Ficamos cegos, seja de amor, raiva, ou qualquer outro sentimento que nos impede de enxergar o verdadeiro "culpado". Pois então, destinados nós somos a nos declarar culpados, mesmo que não sejamos.
- Categoria: Não classificado
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