Crise

A Crise chegou na poesia,
Como há muito tempo não se via,
O Reino do Conto de Fadas
Está fechado,
Fadas, Gnomos, Duendes,
Todos desempregados,
Em busca de um circo mambembe,
Onde possam usar sua magia,
Sem perder a sua fantasia,
Disfarçam uma falsa alegria,
Para distrair minha tristeza,
Solidários comigo,
Meus leais amigos,
Encantada gentileza,
Abatidos, desconsolados,
Estão entristecidos assim como eu,
Pois o livro fechou,
O Príncipe não beijou,
Mas ela acordou,
E o sonho não aconteceu,
Um Gnomo se entusiasma,
Numa ilusão fantasma,
Tenta fazer um discurso,
Mas a vida segue seu curso,
Aqui e ali vão se dispersando,
Resenha, rumores, conversas,
Tem algum outro Reino que está contratando?
Parecem que não têm pressa,
Esperando algo acontecer,
Talvez se ela voltasse a sonhar...
Quem sabe? Pode até ser,
Me impaciento, me irrito,
Com esses seres sobrenaturais,
Não veem? Não veem? Não adianta mais!
Se assustam com meu grito,
Foi tudo sonho, embriaguez,
Ela era só um mito,
E eu sou igual a vocês,
Para ela eu não existo

Tudo foi insensatez...