Marçal de Oliveira Huoya

Eu comigo

Sempre me fiz só
Viajante distraído
De paisagens previsíveis
Dentro de mim mesmo
Foi onde encontrei a companhia
Na solidão que eu procurava
Quieto e enevoado
Ilha paradisíaca do pensamento
Inventava passatempos
Jogos onde honestamente
Eu sempre ganhava de mim
Opiniões obstinadas
Que prevaleciam sobre as minhas
Dúvidas que meu algoritmo resolvia
Dormia comigo mesmo
Correndo riscos
Em páginas de livros
Eu mesmo me animando,
Seguro e confiante
Com a coragem
Do amanhã não passa
Para o amanhã ser introvertido
Nós dois veja bem
Não é bem assim
Seguimos juntos o tempo todo
Eu comigo, um com o outro
Em diálogos silenciosos
De um egoísmo confortante
Ou em gritos mudos
De uma severidade excessiva
Mas crescemos
Com a tolerância dos casais
Eu dentro de mim
Sendo dois em um
Do mesmo jeito
Buscando um tempo só
E um deserto de consciências
Para almas eremitas...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de Novembro de 2020 21:05
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 8
  • Usuário favorito deste poema: Marlon Corso.

Comentários1



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.