rosas no meio do capim
eu te desejava no meio de todo
aquele som
você não sentia falta de ar
quando pensava em falar comigo
eu deixei meu corpo esticar pela
entrada da sua vila
agora me encontro na sola do seu sapato
você me acha volúvel
mas você influencia todos os meus estados
é estafante esperar por você
para você vir falar comigo
eu dou um passo
para ouvir sua voz estonteante
mas você pode ter sido abduzido
para outro mundo
por outro amor
eu imagino estacas sendo
atiradas em cada um dos
quilômetros que me afastam de você
eu corto essa trena de metal
a música grita em mim
assim como minha voz
tão alta
ficou em sua alma
eu despejo essa mágoa em meu colchão
ela sai nas formas mais inusitadas
a bebida destilada deixou a garrafa
o lacre foi arrancado da latinha
você não pode partir
sem desmembrar-me parcialmente
o apego, a cola, a fita isolante
ó, meu suspiro
ó, meu delírio
não se esvaia
não nos esvazie
Rupi disse que sou completa sozinha
mas, Rupi saberia como você é meu complemento
eu não quero mudar sua personalidade
não posso
é como girar o volante do carro desligado
mas eu quero saber o que sente
eu quero que saiba o que eu sinto
sem que isso faça você correr
e só ampliar o espaço que nos separa
porque eu só quero abafa-lo
e ter-te em meus braços
você não sabe como sua risada é linda?
não sabe que quero deslizar meus dedos pelo seu braço cheio de pintas e pelos
quero arremessar nossos relógios longe
pois sempre imagino nós dois sentados no topo da colina
com toda uma natureza de plateia
não diga que é o fim
não me despedace
eu tenho que saber que ainda posso contar com você
ao abrir e fechar os olhos
já mudada a iluminação do quarto
da cidade
a saída dos grilos
a chegada dos pássaros
eu tenho que saber que posso continuar risonha ao pensar em você
mesmo que eu não te tenha na realidade
como tenho nos pensamentos mais secretos
quero você aqui
talvez não seja tão agravante para a temperatura do meu planeta interior
chamar você de amigo
mas totalmente isenta de você
seria só lua em meu âmago