JUCKLIN CELESTINO FILHO

DIA DOS FINADOS -- RÉQUIEM PELO FALECIMENTO DAS INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

Dia 2 de novembro, 2020,

Venho pôr flores 

No túmulo da democracia 

Que faleceu ainda tão jovem. 

Não sei se descansará em paz...!

 

Neste dia de luto, tão sagrado 

Para as famílias,

Pranteia-se a morte de 160

Mil brasileiros pela covid--19,

Deposita-se, pois, flores de dor,

De saudade, 

Nas lápides dessas pessoas,

Vítimas da fatalidade,

Ou em algumas situações,

Descaso governamental?

 

Neste momento de consternação,

Quando se faz homenagem 

Aos mortos, venho, pois , pôr 

Flores no túmulo do Judiciário.

Não sei se descansará em paz!...

 

Para não fazer injustiça,

Ao deixar de lembrar,

Por lapso de memória ,

Algum insigne falecido,

Declino os nomes 

Das instituições brasileiras 

Que tiveram mortes 

Celebrais por falências múltiplas,

E, infelizmente, os órgãos 

Não podem ser aproveitados:

Ministério Público , PF,

STF e Tribunais Superiores !

 

Jabulão me aviva a memória:

-- Caro poeta Juclito, esqueceste 

De dares os pêsames e depositares

Flores nos túmulos dos falecidos:

Salário mínimo,

Com perda de valor aquisitivo,

Salário dos trabalhadores 

E Servidores Públicos ,

Sem reposição salarial 

Pelas perdas inflacionárias,

Previdência Social,

Direitos trabalhistas 

Solopados com a infame

Reforma Trabalhista,

Assassinato cruel, desumano ,

E rastaqueiro da CLT

( Consolidação das Leis Trabalhistas)!

 

Balancei a cabeça,

Concordando com Jabu , e acresci:

-- Nada mais me surpreende,

Jabulão de Lás Quantas,

Neste país, de tantos 

Precedentes absurdos 

Que envergonham até

A alma de quem não a tem:

A ação traiçoeira 

Do ex-presidente golpista,

MT, que "conta em seu livro,

A Escolha, como conspirou

Com militares das mais 

Altas patentes , enquanto  

Ainda era era vice-presidente,

Recebendo esses senhores 

Mais de uma vez, em reuniões 

Nada  republicanas, em 2015,

Para derrubar Dilma. 

Não se há, relativizar,

O ato dessa triste personagem,

Em razão de o mesmo,

Ser um morto-vivo,

Já no lixo da história !

 

Há muito, foram mortos

A pauladas : a oferta de empregos,

Contabilizando mais de  14%

De desempregados,

Os indicadores econômicos pífios,

Balança comercial  deficitária,

Em uma economia

Que nem se fala:

Padeceu de inanição. 

O "Posto Ipiranga"

A sepultou no jazigo

Da incompetência.

 

Neste dia de finados, 

Cumpro dolorosa missão --

Ministrar um réquiem 

No túmulo de Pindorama

Que se deixou amedrontar ,

E não  reagiu às  medidas 

Por demais cruéis,

Perversas, contra 

Os trabalhadores , Servidores

Públicos  e o povo

Pobre brasileiro ,

Ao tacão  de política de arrocho 

Fiscal , retiradas de direitos 

Trabalhistas, sucateamento 

Do patrimônio público,

Dentre os quais, a Petrobrás 

E grandes  empresas estatais,

Aprovação de  pautas-bomba,

Para deleite da burguesia,

Prática política de entreguismo 

Dos nossos principais ativos

Estatais -- reservas cambiais,

O pré-sal, e o mais aviltante:

O beija mão, ao imperialismo 

Americano, para o qual,

Fica de quatro. 

 

-- E o governo, está vivo e forte?

Pergunta Lá Quantas ,

Fazendo ouvido de mouco

Ao que eu expusera,

Ao que respondo:

-- Ora, pois, que pergunta, Jabu,

Logo você, que não  é gado,

Suscetível à manipulação?!

Já viu matar, quem já está morto?

Trata-se de uma criança 

Que já nasceu morta!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de Novembro de 2020 09:20
  • Categoria: Sociopolítico
  • Visualizações: 18

Comentários2

  • JUCKLIN CELESTINO FILHO

    Este texto meu, nao é primoroso.Mas traz a verdade sobre o falecimento das instituições brasileiras, no caso, STF, Judiciário e Ministério Público. Vejam que situação vexatória: um juiz de primeiro grau , no caso da Bloqueira Ferrer, inovou com o termo juridico:estupro culposo.

  • Valdeci Malheiros de castro

    Nobre poeta, conseguiu fazer um diagnóstico perfeito do nosso país. Parabéns.



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