Gorjeia o Rouxinol,um canto
Melancólico,dorido tanto!...
Responde o Assum Preto,
Cortado de dor, coitado:
-- Rou, melhor um canto
Triste e sofrido,
À fé ter perdido!
Embora triste,
Padecendo agruras,
Noites e dias
De amarguras,
Em mim, ainda existe
Alento de viver...
Mesmo que uma
Existência tolhida -
Atormentado, engaiolado,
Cego, maltratado,
Num cantinho, no abandono,
Sem poder ver
Os esplendores
Da luz do dia,
Obrigado a cantar
Cheio de dores,
O preço este,
A que estou sujeito
A pagar,
Para continuar
Vivendo - soltar
O meu pungente canto,
Um lamento,
Um pranto,
Para alegria
Do meu perverso dono!
- Autor: Poeta (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 30 de outubro de 2020 09:16
- Categoria: Triste
- Visualizações: 24
Comentários2
Que na beleza do canto ele possa achar alegria,assim como o poeta espalha tudo de dentro para espantar a vida vazia.
Maria Dorta, boa noite.Agradeço o comentário.
Nao gosto de pássaro preso.Bonito é vê-lo solto na natureza, livre a cantar.
Conheci, em minha terra natal , Itabuna, um monstro, uma mulher, que furou os olhos do Passaro Preto, dizia aquele monstrengo que assim, o pobre passarinho cantaria melhor.
Perverso quem tira a liberdade do outro para satisfazer um desejo insano!! Belo poema.
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