Novembro

prosa

Escrever bonito, com garbo e presteza. Pavonear cores altas e sofisticadas. A selvageria do que se faz sozinho, sem a mão do homem, e então acrescido da mão do homem. Não, eu não sei escrever. O Cabral é que devia se divertir. Poemas construídos, arquitetados. Não ouso dizer produzidos. Não, eles tinham alma, embora de pedra. Ser poeta é ser sagaz. Da poesia ou se vive ou se escreve. Os escritores são maléficos em seu tecer de teia. Não gozam com suas próprias volúpias. As desprezam em verdade. Ferramentas sem propósito em si. Que sem graça a vida de um poeta. Por isso vivo a poesia lendo quem escreve e é sem graça. É sim. Sou afortunado por não saber.

  • Autor: Novembro (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de Outubro de 2020 22:31
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3


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