Seja no cantinho da vida,

Ou nas alamedas do tempo,

Talvez no quarto dos fundos,

Ou mesmo no sibilar do vento,

Um sentimento que gira-mundo,

Latente no pensamento.

 

É na penumbra do quarto,

Abraçado pelo desalento,

Vendo o “amor” caminhar de quatro,

Guinchado pelo tormento.

 

Uma alma sôfrega que beija a solidão,

Uma ferida que apita lamento,

Feito barco a deriva no mar da paixão.

 

Harre! Alguns momentos foram belos

Outros nem tão bonitos assim,

Me perdi na macies de seus cabelos,

Envolvido pelo seu cheiro de jasmim.

 

Um amor vivido com sagaz intensidade,

Daqueles que deixam impregnados na alma,

Puro êxtase do onírico e realidade.

 

Saudade impregnada com o cheiro dela,

Cheiro de seu perfume de flor e canela,

Saudade de seus beijos doce feito mel,

Saudade logo repelida por seu coração,

Tão amargo quanto fel!

 

Saudades que dela exala,

Sua essência carmesim,

Quão perto dos meus olhos,

E tão distante de mim.