FALDER VILELA

Silêncio do suicida.

 

A imagem refletida no espelho dizia muito sobre à vida vivida.

Maldito silêncio.

Haviam marcas que foram feitas pela dor, expressões de angústias forjando as linhas de tristezas e incertezas.

Maldito silêncio.

Primeiro minuto.
Olhos forçados a ver à imagem real e surreal de tudo que lhe foi fatal.

Maldito silêncio

Vermelhidão no rosto arrepios na pele frio calafrios.

Respiração ofegante.

Maldito silêncio.

lembranças em frações de segundos acompanham a dor que vagarosamente aperta o peito marcado.

Maldito silêncio

Ainda olhando ainda lembrando. O passado vem como flecha penetrando o presente sangrando o futuro.

Maldito silêncio

As lágrimas chegam à boca salgando o amargo das palavras não ditas.

Maldito silêncio.

A tentativa de falar termina na certeza do
calar. Silenciado pela dor censurado pela vida.

Maldito silêncio.

Alguém dentro pede socorro gritando loucamente. Os olhos ainda estão no espelho.

Ainda vê ainda ouve.

Maldito silêncio.
Maldito silêncio.

O reflexo mostra a imagem a imagem diz grite.

Mas o grito foi feito prisioneiro amarrado, seguro como nó preso na garganta.

Maldito silêncio.

O espelho mostrou as marcas, as marcas suscitaram as lembranças, as lembranças revelaram a dor. A dor grita.

Maldito silêncio.
Maldito silêncio.

Abriu-se as cortinas do presente a luz entra clariando as verdades.

Tão nua e tão crua.

Um silêncio tão maldito.
Um maldito silêncio.

FALDERVILELA.

  • Autor: FALDER VILELA (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de Outubro de 2020 19:43
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 24

Comentários1

  • Maria dorta

    Dilacerante, mas tens a poesia como atenuante!



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