O caminho, cicatrizes, vida e companhia.

Marcellus Augusto

Caminhar é preciso, eu escutei isso em algum lugar,

Então, vou caminhando, percorrendo uma longa estrada

No meio do caminho, vou tentando curar as minhas feridas

Cuidar das minhas cicatrizes e evitando criar outras novas.

Nessa caminhada, vou me deparando com os desafios da vida

As estradas espinhosas 

As placas erradas

Os caminhos tortuosos

Os caminhos certos

Os caminhos que precisam de pavimentação 

E das estradas perfeitas que tive oportunidade de encontrar. 

No meio do caminho, eu vou fazendo amizades, criando laços

Encontrando afeto, amor, carinho, atenção, desejo e paixão,

Mas, igualmente, vou esbarrando com indiferença, tristeza, dor e esquecimento. 

Só que vou seguindo, vou caminhando, alguns momentos com passos firmes e fortes,

Outros com lentidão e insegurança. 

A estrada mãe do percurso é a vida

E essa enorme estrada não exige ser percorrida, 

Entretanto, é necessário que a jornada seja completada. 

Mas é difícil continuar, é difícil caminhar

Principalmente, quando essa estrada termina para os seus entes queridos

Ou quando os seus amigos desistem de caminhar,

Ou quando o asfalto da estrada é encontrada toda destruída, 

Em ruínas, insegura e perigosa, deixando os passos doloridos.

Por meio dessa ciência das correspondências e figuras,

Eu vou afirmando que devemos continuar mesmo sem forças,

Seguir, ainda que o mundo diga o contrário

Caminhar, mesmo que a estrada esteja em situação precária 

Seguir, ainda que não tenha mais ninguém ao nosso lado. 

A vida não exige ser vivida,

Mas exige coragem, 

Ela te oferece algumas alegrias,

Mas não te promete uma vida feliz

Ela te apresenta a paz, 

Mas só é conquistada pela força, 

Ela te oferece o amor, mas equilibra as coisas com a dor. 

Nesse momento de ruínas

Nesse momento de dores

Nesse momento de inseguranças

Nesse momento de choros, caixões, dores e falta de esperança,

Ficar em pé se tornou um imperativo categórico,

Reconstruir a estrada se tornou um dever,

Caminhar virou obrigação,

Ajudar o próximo um ato de compaixão.  

Nessa estrada vou me entendendo, vou me reconhecendo,

Vou encontrando as verdadeiras placas, 

A melhor forma de caminhar

Os amigos que vão me ajudar

As armadilhas que vou encontrar

Vou me refazendo em cada esquina que passo

Em cada lugar que vou descobrindo, aprendo algo novo,

Em cada cicratiz eu aprendo uma lição, 

E com as feridas abertas vou aprendendo ser paciente,

Mas em cada novo encontro de afeto e amor que vou recebendo,

Eu aprendo a viver, caminhar, seguir e perseverar,

Caminhar sozinho é possível, 

Mas caminhar com compahia é paz e alegria. 

  • Autor: Místico (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de outubro de 2020 02:55
  • Comentário do autor sobre o poema: Um poema pequeno, mas profundo e que trata sobre a caminhada na existência. Toda a dificuldade de seguir nessa jornada cheia de dores, angústias, medos e perdas. A vida não exige que continuemos a nossa jornada, mas nos pede coragem, não oferece alegria perpétua, mas oferece pacificação interior. Não te promete uma vida sem calamidades, mas te mostra a melhor forma de viver diante de cada uma. Oferece o que existe de melhor, o contato com o outro, os encontros e laços.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 9
  • Usuários favoritos deste poema: PB Almeida
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Comentários2

  • Maximiliano Skol

    Li e revisitei a sua caminhada, Peregrino. Muito compassiva, apesar dos percalços.
    Parabéns pela lição de vida.
    Um abraço

    • Marcellus Augusto

      Os seus comentários são grandiosos e , igualmente, os seus poemas, uma honra receber elogio de você.

    • PB Almeida

      Uma bela reflexão, todos temos nossas jornadas, umas mais longas do que as outras, mas cabe a nós escolhermos nossos caminhos.

      • Marcellus Augusto

        Obrigado, uma honra receber seu comentário. Pedi convite de amizade para você.

        • PB Almeida

          Olá, amigo poeta! Não recebi o convite, mas mandei um pra você.



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