Bastaria o fel
Do desgosto
Que me deste, o gesto
Cruel
De tratar-me qual um traste,
Um molambo a implorar-te
Migalhas de afeto,
E eu bobo, ter acreditado
Num engodo -- um falso amor
Que me juraste!
Falhei, pois, sim!
Deponho as armas contristado!
Deveria, outrossim,
Ter-te odiado tanto.
Porém, cego, iludido e tonto,
Caira aos pés do teu encanto!
Pássaro livre, quis voar
Aos mais altos píncaros,
Beija-flor apaixonado,
Ousei pousar,
Na flor mais linda do prado,
Fugiu-me dos sonhos --
A louca fantasia,
Quebrou-se o encanto --
Murchara no galho pendida,
A flor do campo, varrida
Pelo vendaval da ingratidão
De quem eu idolatrava tanto!...
É que, ao gorjeio do enamorado
Pássaro, te fecharas,
Zombaras então ,
Do sincero afeto que te dedicara,
Fingindo amor que não sentias!
Não te maldigo, não!
Cindira, ou Safira!
Nem mesmo sei
Qual é teu nome!
Tanta importância dei
Ficcionado,
Pueril e tolo,
A um delírio, louca paixão,
Um mentira
Que por muito tempo alentei
No coração!
Agora livre de uma obsessão,
Resignado proclamo:
Adeus , Safira,
Ou Cindira!
Nem mesmo sei
Por qual nome te chamo?!...
- Autor: Poeta (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 7 de outubro de 2020 01:03
- Categoria: Amor
- Visualizações: 13
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