JUCKLIN CELESTINO FILHO

NEM MESMO SEI QUAL É TEU NOME (ITABUNA, 79)

Bastaria o fel

Do desgosto 

Que me deste, o gesto 

Cruel 

De tratar-me qual um traste,

Um molambo a implorar-te

Migalhas de afeto,

E eu bobo, ter acreditado

Num engodo -- um falso amor 

Que me juraste!

Falhei, pois, sim!

Deponho as armas contristado!

Deveria, outrossim,

Ter-te odiado tanto.

Porém, cego, iludido e tonto,

Caira aos pés do teu encanto!

 

Pássaro livre, quis voar 

Aos mais altos píncaros,

Beija-flor apaixonado,

Ousei pousar,

Na flor mais linda do prado,

Fugiu-me dos sonhos --

A louca fantasia,

Quebrou-se o encanto --

Murchara no galho pendida,

A flor do campo, varrida 

Pelo vendaval da ingratidão 

De quem eu idolatrava tanto!...

É que, ao gorjeio do enamorado 

Pássaro, te fecharas,

Zombaras então ,

Do sincero afeto que te dedicara,

Fingindo amor que não sentias!

 

Não te maldigo, não!

Cindira, ou Safira!

Nem mesmo sei

Qual é teu nome!

Tanta importância dei

Ficcionado,

Pueril e tolo,

A um delírio, louca paixão,

Um mentira

Que por muito tempo alentei 

No coração!

Agora livre de uma obsessão,

Resignado proclamo:

Adeus , Safira,

Ou Cindira!

Nem mesmo sei

Por qual nome te chamo?!...

  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de Outubro de 2020 01:03
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 13


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.