Primeiro,
Retire a pele,
Exponha o nervo,
Deixe o vento bater,
Até arder, doer, queimar,
Sentir prazer,
Tente sorrir, tente chorar,
Experimentar cada um dos sentimentos,
Traga à tona,
Lembranças de todos os momentos,
Suas pequenas e grandes felicidades,
Amores, conquistas, nascimentos,
Suas pequenas e grandes tragédias,
Suas perdas, tristezas, falecimentos,
Misture tudo e faça uma média,
Feche os olhos e solte a imaginação,
Pense numa mulher bonita,
Que você já amou, tocou ou teve paixão,
Mulher é a minha escolha,
Mas pode ser,
Qualquer sexo que seu coração acolha,
Comece a tocar seu corpo,
Agora você está distante, absorto,
Beije sua boca devagar,
Depois loucamente,
De maneira repentina,
Sem que ela possa esperar,
Agora seu pensamento está sensível,
Afaste aquele pensamento horrível,
Que alguém vai lhe condenar,
Continue seus carinhos,
Continue a viajar sozinho,
Registrando toda sua emoção,
Seja fiel ao seu coração,
Tome mais um gole de vinho,
A outra fidelidade,
Vai mentir sua verdade,
Pois a fidelidade na criação,
Mata a criatividade,
E a inspiração,
Se ela te ama,
Quem quer que possa ser,
Ou quantas você possa ter,
Vai ter que estar preparada,
Para compreender,
Não vai precisar aceitar,
Mas se você quer mesmo criar,
Nada vai poder fazer,
Ou então vai abortar todo dia,
Até seu útero secar,
Vai viver uma longa agonia,
E no fim você vai morrer,
A morte mais triste,
Que um homem pode ter,
A morte das ideias,
Então você vai virar geleia,
E aí vai envelhecer...
- Autor: Vênus (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 30 de setembro de 2020 20:31
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
Comentários1
Chocante,impactante .mas verdadeiro. Seu eu lirico magnificou- se em beleza,realisticamente cruel ,mas verdadeira! Bravo!
Obrigado poetisa!
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