Confissão e Promessa

Divaldo Ferreira Souto Filho

Com a idade sinto a força dos meus atos

A pesar

Um rebanho de touros indomáveis ao aço

Arrebentar

A memória afetiva pesa mais que o peso

De um elefante inteiro

Quiçá a ressaca moral

Tenha me engordado pra tal

Dirá o entendido da razão

Que sejas só uma ressaca de fim de ano

Só não quero, em meio à multidão

Ficar sozinho, amigo!

Então, chego a Deus e peço

Perdão... uma formiga no formigueiro

Sei lá, mas tenho ouvido

Vozes do inferno

Não sei o que seja inferno, mas algo parecido

A numa prisão, gritos de internos

Como cães e seus latidos

Ou órfãos e seus choros

A vida é rápida, sobremaneira depressa

Que a fé me cobra a promessa

De ser um ser humano mais verdadeiro

Quando tirares os enfeites

Natalinos do pinheiro

Comentários +

Comentários1

  • Shmuel

    Gostei do poema, também me preocupo muito com as ressacas morais.
    Ab.



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