Marçal de Oliveira Huoya

Agora, o Amor

Agora
Ela era casta,
Assim que ele apareceu,
Ela se olhou no espelho,
E disse que agora basta,
Tirou fora,
O vestido vermelho,
E mandou o passado embora,
Mas acontece que casto,
Ele nunca fora,
Claro, não a queria,
Como uma professora,
Nem queria ser seu mestre,
Queria os dois no mesmo teste,
Cúmplices numa misturadora,
Não que ele fosse uma vassoura,
Nem tinha experiência tão vasta,
Mas porque então mudar,
Pensou que tinha chegado,
Numa boa hora,
Chegado bem a tempo,
E justo agora,
Ela resolveu entrar prum convento,
Deixando lá atrás,
Farras, baladas,
Filmes e fotografias,
Folias, orgias,
E tudo mais,
Histórias arquivadas nos anais,
Tragadas como uma magia,
Pois agora ela quer paz,
Adeus,
Um pas de deux,
Ménage a trois,
Swing, voyeurismo,
Já fez tanto fuá,
Já fez sexo por turismo,
Dormiu nua a luz do luar,
E crua viu o sol nascer,
De manhã numa praia de nudismo,
E por causa dele quer recomeçar,
Agora, justo agora,
Justo na sua vez,
Resolveu ser do lar,
Nem quer lembrar do que fez,
Agora, que finalmente era amada,
Precisava ser recatada,
Para se fazer respeitar,
Tudo de que havia abusado,
Sem antes nunca ter amado,
Agora a ele era proibido,
Porque para ela,
O Amor lhe era sagrado,
E ao pobre coitado,
Por ter sido o escolhido,
Tudo lhe fora vedado,
O que mais havia desejado,
Qualquer forma de amor divertido...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de Setembro de 2020 10:58
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 25


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