JUCKLIN CELESTINO FILHO

LUZ PRÓPRIA

- Por que garbosa, de mim,

Tu te rias,

Deusa prateada?

Que te concebes, assim,

Dá-se tanta importância ?

É por que tens a face 

Para a terra voltada,

A iluminar caminhos?

Bem, Deus, em terno amplexo,

Te permitiu dádiva tamanha!

Não me apraz, renegar portanto,

Soberana vontade de Jeová !

Mas  te aprumas!

E pelo menos, se teu orgulho 

O permite, reconheces

O mérito alheio,

Até porque não é  vergonha

Nem feio,

Não possuires luz própria!

A luminosidade que irradias,

É de mim, que recebes 

O reflexo. 

Despe-se do sentimento inferior

De complexo.

Nem tudo que reluz é ouro!

E o que pensas ser teu tesouro,

É ouro de tolo!

II

Tudo que gira, palpita,

Vibra e vive, para o Criador,

Tem imenso valor. 

Criaturas tantas há!

E de ninguém, esquece Jeová!

A todas, dispensa,

O mesmo amoroso abraço,

O mesmo afeto,

O mesmo gesto 

De infinito amor.

Há tanta harmonia 

Em torno da Obra de Deus,

Sincronizada perfeição 

Entre o Criador

E as criaturas que criou,

Sem falhar um só dia...!

A terra - abraçando o céu;

O céu - a terra abraçando. 

E no céu, e na terra, encantos mil !...

No céu, as estrelas, 

Pontinhos luminosos 

Adornando o firmamento,

As nuvens, parecendo flocos

De algodão, soltas  no espaço!...

Na terra, a imensidão verdejante,

O deslumbramento:

Os lagos, riachos, rios e montes,

Mares e oceanos, campinas e prados,

Bosques e cachoeiras murmurantes!

III

Tu mesma, que te pavoneias,

Embora de outrem

Recebas o brilho,

Tens uma razão de ser.

Quanto a mim, não me pavoneio,

Nem declino minha serventia.

Deixo que outro o faça,

E vou meu desiderato seguindo,

No mister de  vir todos os dias

Com meus raios solares

A terra aquecer,

Sem os quais, vida não existiria!

É só, amiga lua!

De repente, ouve-se soluçar 

De plangente choro

Molhar a solitária rua:

- Perdão, infante loiro!

Não te quis humilhar!

Perdoa a tolice,

Pura sandice

De uma boba,

Que como bem disseste:

Não possue luz própria!

  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de Setembro de 2020 09:38
  • Categoria: Natureza
  • Visualizações: 16


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.