HORAS AMADORAS

Arthur Santos

HORAS AMADORAS

hoje acordei com dez horas

chatas e amadoras,

com a luz do quarto acesa

e uma voz longe muito longe:

- vê lá se não te demoras,

o pequeno almoço está na mesa.

 

as horas a martelar,

a martelar, a martelar,

amarelas, a cintilar,

a saltar do manipulador do despertador

e eu a não querer acordar.

 

as horas iam-me caindo

saltando e rindo

em cima da cabeça,

numa cavalgada possessa.

picavam-me como esporas.

e aquela voz longe muito longe:

acorda pá que já são horas.

 

que susto!

lá acordei a muito custo

e contrariado,

numa chuvosa e preguiçosa

véspera de sábado!

  • Autor: Arthur Santos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de dezembro de 2025 11:44
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 1


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.