Memórias

gratus

Voando pelo céu, vemos casas, arranha-céus, pontes,

todos esses lugares com suas histórias, suas glórias, suas alegrias.

A paixão de cada um é grandioso apenas para si mesmo,

vê-se uma cachoeira, com inúmeros significados,

enquanto outros veem apenas gotículas caindo de uma fonte.

As emoções nos permeiam, dão sentido, coçam a nossa pele.

 

A névoa encobre arco-íris antigos, verdades  ditas pelos fósseis,

o T-Rex não se lembra de sua presa, mas a presa se lembra do T-Rex,

quanto mais imenso é um pesar, maior é a dor que a carrega.

Você pode despejar quantas lágrimas quiser, essa é sua verdade.

A sua escultura, a sua lápida, a sua alegria e a sua tristeza.

Sonhamos com o passado para não nos preocuparmos com o futuro.

Atravessamos milhares de quilômetros apenas para relembrar que,

uma hora cenários e passagens ficaram para trás.

 

Move-se como borrões, como sombras, como espíritos,

alegrias antigas, borradas, felizes e tristes, ao mesmo tempo.

É de quebrar o coração ver o teatro que já aconteceu,

mas sem a história contada por nós, não haveria futuro.

Aquele que não conhece a emoção, o afeto, a intimidade,

não conhece a história, a beleza do que é ter sido ou ser.

 

Raso são as pessoas que não consideram memórias a sua luz,

apenas coisas materiais rasas transformadas por imundices sem propósito.

Você sente, você guarda, você transforma, você consola,

porque sente, porque ama, por que se padece.

A injúria é só sentido pelas almas mais luminescentes, que mais confiam,

que mais trazem, que mais agregam, que trazem mais luz ao palco.

 

A memória traz características marcantes que enobrecem o seu eu atual,

coloca sombra no seu eu passado, mas recriam um teatro que,

atualmente, infelizmente está morto,

assim como todas as coisas que eu e você já amamos.

  • Autor: gratus (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de dezembro de 2025 21:46
  • Comentário do autor sobre o poema: Perdão pelo poema mal escrito. Eu falei com o meu melhor amigo, o meu amigo de infância, passamos anos e anos juntos e... foi estranho. Bastante. Não escrevia poema há muito tempo. Voltei com ideias novas e... como você pode ver, angústias novas.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 2


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