ERA UMA VEZ UNS OVITOS
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Era uma vez uns ovitos
que se soubessem
para o que estavam guardados
tinham ficado tranquilamente no cu da galinha
, passe a expressão ordinária
mas como foram atrevidos saíram
e pronto traçaram
o seu destino macabro.
imaginem que ainda era novinhos
e partiram-nos logo,
nem chegando a viver a sua infância
quanto mais a adolescência
e para agravar a situação,
dividiram-nos ao meio,
gemas para um lado
e claras para o outro
e sem direito a reclamações.
depois disto ainda torturaram as gemas,
fazendo-as passar por uma peneira
e era ouvir os gritos das coitadas
mas não havia nada a fazer,
quem lhes fez isto
deixou-as depois a repousar
enquanto foram preparar o resto da tortura
que constava de um banho de água,
açúcar e gotas de baunilha.
as gemas em repouso
olhavam tudo aquilo com um ar inquieto,
ignorando o que lhes ia acontecer a seguir,
passando da inquietação ao terror,
porque o tal banho
acabou de ir para o lume.
era assim um banho a ferver.
nessa altura
obrigaram as pobres gemas
a passar por um funil estranho
de três buracos muito estreitinhos,
saindo pelo outro lado
desse estranho instrumento
em fios que mais pareciam
linhas de coser trapos…
as pobres gemas
caiam assim no banho quente,
sendo logo agitadas
por uma colher de pau
em movimentos circulares
e nunca chegaram a perceber
para que servia esse ritual…
só sabiam
que ficaram pouco tempo no banho,
vá lá e eram logo retiradas com um garfo,
para um sitio onde ficavam a escorrer,
o que as aliviou bastante
depois daquele banho a escaldar
e mais aliviadas ficaram
quando as colocaram num tabuleiro
e lhes deram novo banho
mas desta vez com água gelada.
começaram a pensar
que os humanos eram a espécie
mais doida e estúpida
que podia existir
mas como já tinham concluído,
estavam nas mãos deles
e não podiam fazer nada.
a estupidez aumentou
quando depois do banho gelado,
ainda levaram com uma colherada
do tal banho quente...
merda então isto não pára?
Não, não pára.
de novo veio o tal garfo
que afastou uns dos outros
os desgraçados fios
em que as gemas se transformaram
e de novo os obrigaram
a escorrer toda a humidade
que tinham ganho
com toda a tortura
a que foram submetidas.
no final
ainda houve uma voz masculina que berrou:
então ninguém rega isto com um pouco de rum?
felizmente para elas não havia rum na casa,
escapando desse modo
a uma bebedeira de caixão à cova
mas eu disse escaparam?
Não, não,
infelizmente não escaparam,
de repente apareceu um garfo por cima delas e….
ainda escorregavam por um túnel
escuro e húmido
quando ouviram uma voz distante:
DELICIOSO!!!!
Depois... silêncio total…
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Autor:
Arthur Santos (Pseudónimo (
Online) - Publicado: 27 de dezembro de 2025 06:56
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2

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