Olhos ansiosos à porta fechada,
das casas ricas, da vida abastada.
Com chinelo em tiras que sempre arrebenta,
a fome se esconde, mas nunca se ausenta.
Pequeno garoto, o mundo ainda dorme,
na primeira porta, o encanto se conforma.
Enfeites e presentes brilham no chão,
lhe oferecem café, mas recusa a tentação.
Aprende com a mãe a não pedir,
acompanha os brinquedos, tenta sorrir.
Mas sua barriga insiste em chamar,
a realidade o obriga a voltar.
Em casa, a mãe chora sem ter o que pôr,
na mesa vazia, só resta a dor.
Ele a abraça e diz com fervor:
“Mãe, não chore, um dia de ti eu cuidarei.”
O garoto cresce com fé e razão,
no estudo, no trabalho, no futebol, paixão.
Jamais desistiu, nem reclamou,
com foco e coragem, sempre lutou.
Hoje empresário, vive contente,
cuida da mãe com carinho constante.
Deitado recorda o Natal de outrora,
levanta cedo e ajuda quem chora.
Distribui presentes às crianças da rua,
pois sabe que a vida é dura.
As dificuldades moldam o coração,
quem mostra seu melhor recebe a benção .
Arthur de Mello Noos
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Autor:
Guacimar Vieira de Mello Noos (
Offline) - Publicado: 22 de dezembro de 2025 09:01
- Comentário do autor sobre o poema: Ao meu irmão que sofreu muito por ter pouco, e hoje tendo, compartilha com quem precisa.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
- Usuários favoritos deste poema: Arthur Santos

Offline)
Comentários1
Poema com forte força poética.
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