Pegadas na areia, eu consigo sentir o torpor
Cobrindo meu rosto, eu tento segurar minha vergonha
Meus olhos, que pouco vêem, estão calados e inseguros
Como uma criança assustada, estou escondendo dentro de mim
Um sentimento tão primal, tão primitivo
Uma vítima no altar, tão inocente
Qual o sacrifício de hoje? Qual o sangue derramado?
Estou correndo, estou fugindo de todos esses caminhos tortuosos
Duas irmãs, minha mais velha, minha mais nova
Nenhuma delas precisa do irmão, apenas risque da lista
Estou perto de cruzar a linha, o meu crânio começa a chacoalhar
É um sentimento de pertencimento, quando olho para a minha lápide
Um sentimento tão primal, tão primitivo
Retire a vítima, chore suas lágrimas, enquanto mantém o rosto impassível
Mãe, você lembra do dia que eu te amei? Pai, você lembra do orgulho que seu filho te deu?
Não sou mais o mesmo menino, nem mais o mesmo homem
Você lembra, querida, quando seu amado se foi?
Um sentimento tão primitivo, tão primal, uma vítima, despejando seu sangue por pecados inúteis
E dentro de mim, sou apenas um melancólico pensando essas coisas...

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