Tapete vermelho viscoso,
Tapete de corpos pretos
Pardos, pobres
Espalhados pela via,
Agrupados na praça com nome de santo.
Tapete de mortos
Podre tapeçaria tecida
Pelo estado azul,
E o povo?
Se ri, dessa barbárie.
Deus tenha piedade!
A praça tem nome de santo
São Lucas, que escreveu
Dos apóstolos os atos,
Enfatizou a misericórdia de Deus
Aos pobres e marginalizados.
Recebe agora um tapete vermelho,
Um tapete de carne morta,
O resultado da chacina,
Que o povo direito chama “faxina”.
A limpeza étnica do estado.
Veja que santa ironia
O que se diz à favor da vida,
Vibra com a matança à luz do dia
O caos que impera pela via
Na praça com nome de santo.
29 de out 2026.
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Autor:
Well Calcagno (
Offline) - Publicado: 18 de dezembro de 2025 08:36
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7

Offline)
Comentários1
Um poema manifesto! Precisamos estar atentos e repudiar essa violência contra nossos irmãos em minoria.
Abraços!
Sempre atentos e resistindo! Grande abraço, obrigado pelas palavras.
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