Lapso momentâneo de um espantalho em chamas.

Marujo

Fogueiras queimando neurônios; terra arrasada, imprópria para a servitude,
desperdiçada pela liberdade. Um cume ainda nas nuvens da mediocridade,
mas agora longe do colo quente e familiar de Hades.

Terra infértil — o espantalho mantém-se empinado, protegendo o nada.
Rejeitado — os corvos o ignoram, não por medo, mas como piada.
Ele é um bom garoto, ele faz sempre o seu trabalho.

Cinzas no lugar de pragas, sono no lugar da agonia sóbria:
indistintas casualidades. A memória de uma consciência,
mas agora perdida num mar de apatia — naufraga.

Terra fracassada.
Potencialmente algo,
mas sempre nada.
Pode dormir e se recuperar,
mesmo sozinha e protegida:
ainda é terra queimada.

  • Autor: Marujo (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de dezembro de 2025 02:53
  • Categoria: Gótico
  • Visualizações: 4
Comentários +

Comentários1

  • Arthur Santos

    As palavras dançam neste poema.



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