A Casa de Vó
Que saudade bateu de Vó...
Aqui no meu peito
Bateu aquela saudade,
Saudade de quando ela fazia
Aquele pirão de mocotó.
A saudade é tão grande que não dá pra descrever,
Fico a me lembrar aqui
Quando minha Vó fazia aquela ladeira descer,
Com um pote na cabeça, pra água a gente beber.
Ia buscar num açude bem longe,
Lá onde o Judas perdeu as botas,
E ainda Vó dizia: “Vá logo, menino, e deixe de arrezia!”
Eu e minhas conversas tolas que não sabia o que dizia...
Mas, ah, que falta minha Vó faz!
Naquele tempo, sim, era sofrido, mas eu vivia.
E quando formava pra trovoar,
A porta Vovó fechava,
E nas camarinhas ia deitar
Para histórias a gente contar.
Contava causo Trancoso que chegava a me assustar,
Contava boas histórias que também chegava a cochilar.
Ah, que falta minha Vó faz,
E esse tempo não volta jamais.
Eu já tô com meus tantos anos
E só lembro os bons tempos pra trás.
A simplicidade era grande,
A gente vivia bem,
Não tinha muito, me deixe,
Mas o que tinha nos mantinha bem.
Um dia comia farinha
E no outro comia xerém,
E assim os dias passavam,
Agradecendo a Deus pelo pão que nos mantém.
Oh, que falta Vovó faz!
Naquele tempo, eu vivia mais.
Hoje as coisas mudaram,
História não se conta mais,
Conversas são no WhatsApp,
Nem olhar no olho não se olha mais,
As coisas estão mudadas demais.
O dia passa voando,
Quase não dá para as atividades fazer,
A pressa está tão grande
Que não está dando pra entender.
A vida tá ficando curta
E não sabemos mais o que é lazer.
Quem viveu os tempos bons
Hoje só tem na memória:
Na casa de Vovó era só alegria,
Risada boa e história que nós fazia rir até o amanhecer.
Escrito por Vitória Melo
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Autor:
Poesiasemcasa (
Offline) - Publicado: 15 de dezembro de 2025 21:08
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2

Offline)
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