POEMA DA QUÍMICA
Um “Copo de Precipitação” apaixonou-se
Um dia, doidamente, provou-se,
Por uma bela “Proveta”.
Olhou-a com o seu olhar “Cientista”
E admirou-a dos “Zero aos Cem Mililitros”...
Uma presença dominante,
Olhos redondos, boca com um biquinho elegante,
Corpo direito, seios húmidos... pequeninos
A partir daí passou de calmo a feroz,
deixou de ser um “Acessório”
de “Pesquisa Química”…
Até que se encontraram a sós
No “Laboratório”.
- Quem és tu? perguntou ele à beldade
Com uma apaixonada “Reacção”.
- Sou quem mede a “Quantidade”
Mas podes chamar-me “Medidora”
Falaram muito e descobriram que eram
O que em “Química” do presente e do futuro
corresponde a almas gémeas:
“Material Quimicamente Puro”.
Assim se amaram
de “Análise em Análise”
De “Medida em Medida”
produzindo com fundamentos
Ao sabor dos momentos
E da paixão desmedida
“Fumos, Calores, Cores, precipitados e unguentos”.
Escandalizaram os ortodoxos
da “Reacção Convencional” e comezinha
E das “Análises” tipo receita de cozinha.
Romperam convenções de Genebra
As teorias de Lavoisier deitaram por terra
Até que um dia resolveram casar.
Constituir um lar.
Mais que um lar, queriam a “Essência”
Dum verdadeiro “Campo de Ciência”.
Convidaram para padrinhos vedeta
“O Erlenmeyer” e a “Pipeta”.
E fizeram equações químicas, fórmulas de estrutura
Planearam “Investigações” com bravura
Sonhando com uma felicidade “Catódica”
saída da “Tabela Periódica”
E Plena de “Electrões, Protões e Neutrões”.
Casaram-se e tiveram
uma “Caixinha de Petri” e três “Tubos de Ensaio”
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que a vida se torna
Numa chata monotonia.
Surgiu nessa vida de aflição
O “Balão Volumétrico”...
Elegante como mais nenhum.
e com hábitos de perfeição.
Ofereceu a ela uma pateta
“Medida correcta”,
Mas reduziu-a a um material comum.
Ele, apenas um copo, percebeu
sem pretensões
E sem exactidões
que era apenas um copo sem medida…
Era o elo mais fraco e sem assunto
daquele conjunto.
apercebeu-se que apenas era um “Auxiliar”
na “Marcha Geral da Análise”…
Mas foi então que no decorrer duma “Experiência”
a “Proveta” percebeu que precisava do “Copo”
Porque sem a sua existência
Tudo parava ali…
Fizeram as pazes e tudo voltou ao normal
Na vida daquele casal!
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Autor:
Arthur Santos (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 15 de dezembro de 2025 08:31
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 15
- Usuários favoritos deste poema: Vênus Não Terra, Versos Discretos

Offline)
Comentários1
Poema bem científico. Lembrou-me o que está acontecendo com nossa falta de energia. Fica difícil pra se trabalhar, agora vão tentar se comunicar por telepatia. Abraços poéticos. Bom dia.
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