Queimei o nome da minha antiga versão em papel,
e disse ao vento que levava as cinzas:
Não preciso mais ser ela para existir.
Mas agradeci. Até aqui foi necessário para seguir.
Até este fogo me consumir
Entendi, então, que a ação é a prova da fé
minha, sua, de qualquer um que ouse mover-se.
Eu sou a prosperidade em forma humana.
O universo não reage a pedidos mudos,
é o corpo em movimento que alinha o desejo.
Fiz o contrário do que o medo manda.
Ele exala pânico, eu exalo presença.
Quanto mais se corre atrás, mais ele foge.
Quando você se solta, ele te persegue…
Completa ironia divina, o universo se hipnotiza,
por quem não precisa convencer
nem a si, nem aos astros.
A leveza é a gravidade invertida.
Um sorriso muda o campo, o riso cura o até o teto.
Deus não criou o mundo com suor, mas com êxtase.
Como, então, manifestar milagres
na frequência do peso, no ardor da angústia?
Impossível!!!
Por isso queimo nomes, solto fumaça,
e danço sobre brasas da pessoa que fui.
A nova não convence e nem se rasteja, apenas existe
e o cosmos, fascinado, acompanha os seus e os meus passos
como um séquito de estrelas ao redor
de um astro que nem sabe que brilha.
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Autor:
Anna Gonçalves (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 11 de dezembro de 2025 20:20
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 7

Offline)
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